Depois de fechar em queda na véspera, os preços do café e do cacau na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira (30/5) revertem a curva e valorizam em meio à combinação de fatores climáticos e estruturais.
No caso do cacau, os preços dão uma guinada na tentativa de recuperar o recuo do fechamento de ontem, reflexo de um ajuste técnico das posições de compradores e vendedores. Nesta manhã, operam a US$ 9.480 por tonelada, alta de 4,06% para os contratos de julho.
Os fundamentos de longo prazo são traçados pelos relatos de clima seco e doenças nas plantações na Costa do Marfim, maior produtor mundial, e em Gana, segundo maior produtor, têm levantado temores sobre a redução da safra intermediária, mesmo com a melhora recente no clima em razão da ocorrência de chuvas, como lembram analistas da consultoria brasileira Hedgepoint Global Markets.
Esses fatores, aliados a atrasos no cumprimento de contratos e à falta de liquidez no mercado futuro, têm contribuído para a escalada dos preços, informa o boletim da consultoria Trading View.
O arábica é negociado nesta manhã a US$ 3,4925, com alta de 0,24% para os papéis com entrega para julho, alta que está ligada a uma mudança brusca nos termômetros das principais regiões cafeeiras que estão iniciando a colheita.
Guaxupé, em Minas Gerais, por exemplo, registrou a manhã mais fria do ano, com 8 graus hoje, segundo a Climatempo. A frente fria causa temos de geada, que poderia prejudicar os trabalhos de campo. Além disso, a alta demanda internacional e a baixa liquidez no mercado físico contribuem para a sustentação dos preços.
Os lotes do açúcar demerara operam a 0,94% de alta, custando 17,16 centavos de dólar por libra-peso. A valorização está atrelada, em partes, ao preço do petróleo bruto e às projeções de queda da safra brasileira, em quase 7%, divulgadas pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O algodão de mesmo prazo sobe 0,14% e custa nesta manhã 64,93 centavos de dólar por libra-peso, também num movimento de reversão do que aconteceu na véspera.