O mês de outubro registrou queda nos preços das principais hortaliças consumidas no país, enquanto as frutas apresentam comportamento desuniforme, com destaque de alta para a laranja. Os dados constam no 11º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta sexta-feira (22/11), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
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O levantamento, que coleta dados nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país, detectou que alface, batata, cebola, cenoura tiveram preços menores no mês, com destaque para a cebola, que recuou 25,22%. Na contramão, o tomate subiu 17,27%.
No quesito comercialização média das hortaliças, a Conab registrou queda de 1,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado, mas alta de 4,5% se comparado às vendas de setembro.
A analista da entidade, Juliana Torres, enfatizou que a variação de preços por Ceasas não foi uniforme, por exemplo, para a alface. De forma geral, a oferta subiu 6,6% nas centrais brasileiras em relação a setembro, o que derrubou os preços médios em algumas praças. “No início de novembro a tendência de preço ainda não é uniforme. Na maior parte das Ceasas do Nordeste, por exemplo, o preço está subindo. Em João Pessoa o crescimento foi de 65%”, explica.
A batata decresceu 12,95% em comparação ao boletim anterior, com dados de setembro, e o preço médio ficou em R$ 3,20. “Apesar nas quedas consecutivas de preços, os valores estão superiores do que no ano passado”, diz Torres. No Brasil, houve aumento da oferta de 7,5% e já se nota uma reversão do comportamento das cotações, que voltam a subir nas Ceasas brasileiras, em especial no Sudestes, em novembro.
A cenoura, que vem caindo desde maio, recua 5,17%, mas já apresenta atenuação no comportamento de preços, sendo cotada, em média ponderada, a R$ 1,72 em média.
Na contramão das hortaliças, o tomate apresentou alta em outubro. Os maiores preços foram registrados na Ceasa de Goiânia, onde o tomate subiu 60,58%. No país, o preço médio ficou em R$ 2,71 o quilo, acréscimo de 17,3% em relação ao mês anterior.
A oferta do tomate foi maior no mês passado, mas os mercados vão reagindo de acordo com as produções locais. Rio de Janeiro e Vitória, por exemplo, não acompanham a alta, destaca o boletim.
Frutas
O preço das frutas monitoradas nas Ceasas variou bastante entre os Estados. A falta de uniformidade nas cotações se responde, porque a época é de entressafra em algumas regiões e de produção em outras. O destaque do mês de outubro foi para a laranja, que na média ponderada subiu 20,8%, cotada a R$ 4,88 o quilo. O motivo principal é a aproximação do verão, que desperta o interesse de consumo pela fruta, avalia a Conab.
A banana caiu 8,05%, custando R$ 3,37 o quilo. O recuo de setembro para outubro foi mais brusco na Ceasa do Rio de Janeiro, de 15,32%, onde o preço ficou em R$ 3,47. O valor é mais alto que a média nacional, pois a fruta no Rio apresentava altas significativas nos meses anteriores, o que ajudou a puxar a média ponderada nacional para o patamar de R$ 3.
A melancia caiu 9,14%, precificada a R$ 2,01 o quilo na média ponderada. Segundo a autarquia, o aumento da oferta em todos os estados pressionam os preços.
O mamão teve o maior decréscimo acumulado no mês de outubro, de 23%. Os preços da fruta, na média ponderada nacional, ficaram em R$ 3,48 o quilo. Na Ceasa de Vitória (ES), capital do maior produtor de mamão no país, o valor de venda registrado em outubro foi de R$ 2,25 o quilo, queda de 31,23%.
Por fim, a maçã teve queda leve, de 0,07%, em um contexto de estabilidade dos mercados nas diversas Centrais. Na média nacional, a cotação ficou R$ 9,14 o quilo.
De acordo com o boletim, as exportações de frutas brasileiras seguiram baixas, especialmente porque outubro é um mês de produção menor.