O mercado pecuário teve um dia mais estável nesta quarta-feira (23/7), com a estabilidade de preços prevalecendo na maioria das praças. Segundo a Scot Consultoria, as negociações continuaram lentas, com o escoamento de carne bovina ainda fraco e a oferta de animais atendendo à demanda.
Das 32 regiões pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, 26 não tiveram mudanças no preço do boi gordo nesta quarta-feira. Em apenas seis praças foram registrados recuos: Belo Horizonte (MG), sul de Minas Gerais, Dourados (MS), oeste do Maranhão, Paragominas (PA) e Acre.
Em Araçatuba (SP) e Barretos (SP), praças de referência para o mercado, quarta-feira, não houve alteração no preço do boi gordo e da vaca, que seguiram cotados, respectivamente, a R$ 297 e R$ 270 a arroba para o pagamento a prazo. A novilha teve uma queda de R$ 1, para R$ 282 a arroba.
A consultoria Agrifatto destaca que, nesta semana, o mercado físico do boi gordo apresenta forte instabilidade. A tarifação americana de 50% sobre as importações de produtos brasileiros gerou alta volatilidade nos preços e um ambiente de negociação incerto.
“A indústria adotou uma postura mais cautelosa, reduzindo o apetite por novas compras, o que vem pressionando os preços do boi gordo, além do aumento na oferta para a linha de abate”, afirma a Agrifatto.
No mercado interno de carne, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirma que os cortes desossados mais comuns no prato de muitos brasileiros não estão baixando como a carne com osso e o boi. “Em outras palavras, os cortes desossados que chegam a muitas lojas do varejo continuam praticamente com os mesmos preços, apesar de o boi e a carne com osso tendo baixado cerca de 8% neste mês”, destaca o Cepea.
Dados do Centro de Estudos mostram que cortes como patinho, capa do coxão mole, músculo do traseiro, acém e paleta com músculo recuaram menos de 1% entre a última semana de junho e a encerrada no dia 18 de julho. Além disso, vários outros cortes acompanhados pelo Cepea também tiveram quedas menores que as da carne com osso e do bovino vivo. Apenas cortes mais caros como picanha, filé sem capa e maminha têm baixado tanto quanto o boi e a carcaça casada (com osso).
“Isso mostra que muitos brasileiros fazem questão de manter o consumo da carne, mas migram para os cortes mais baratos. Com isso, os preços desses cortes acabam não caindo tanto e, por consequência, dificultam o crescimento que a demanda teria caso estivessem mais baratos”, explica o Cepea.