Marcelo Nascimento da Rocha, mais conhecido como Marcelo VIP, um dos golpistas mais famosos do Brasil nos anos 2000, odiou ter sido interpretado por Wagner Moura nos cinemas. Ele morreu nessa terça-feira (9/12), aos 49 anos.
O golpista e piloto de avião, que em 2001 enganou famosos e empresários ao fingir ser herdeiro da companhia aérea Gol, foi inspiração para o filme VIPs – Histórias reais de um mentiroso (2011). E, a contragosto do criminoso, o astro cotado ao Oscar foi escolhido para o papel de Marcelo.
Em entrevistas que deu poucos anos antes da morte, Marcelo VIP foi categórico ao criticar a escolha do ator baiano para o papel. “Ele não é bom interpretando ninguém”, declarou em entrevista ao podcast Inteligência Limitada em 2022.
“O Wagner Moura nunca foi a minha escolha para me representar”, contou Marcelo depois em entrevista a Otaviano Costa, em agosto deste ano. “Mas como eu vendi os direitos [da adaptação do caso para os cinemas], a coisa meio que saiu do jeito deles”, contou.
Além de críticas à atuação de Wagner Moura, o golpista também ficou ressentido com a postura do ator fora das câmeras, que teria afirmado não ter vontade de conhecê-lo para interpretar o papel.
“Muitas coisas foram mudadas. Meu pai nunca foi piloto, minha mãe nunca foi cabeleireira, ela se aposentou na Justiça Eleitoral. Eles deram uma outra conotação. Tanto que nas minhas redes sociais as pessoas falam: o documentário é 100 mil vezes melhor que o filme”, relembrou.
Quem foi Marcelo VIP
Marcelo VIP chegou a ser um dos criminosos mais conhecidos do Brasil no início dos anos 2000. Além de atuar como piloto do narcotráfico nos anos 1990, ele ganhou notoriedade ao fingir ser músico, olheiro de grandes times de futebol e, mais notoriamente, Henrique Oliveira, vice-presidente da companhia aérea e filho de Nenê Constantino.
Em entrevistas, o criminoso se vangloriou por ter enganado famosos e empresários, como quando, por exemplo, alegou ter pego uma carona de helicóptero com Amaury Jr. Além disso, ele também se tornou figurinha repetida em eventos e revistas de celebridades à época.
A causa da morte não foi confirmada. Ao longo dos anos 1990 e 2010, ele teria sido preso 12 vezes e escapou em ao menos seis ocasiões.







