O governo brasileiro avalia os impactos da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos a sua agenda multilateral e aos fóruns que lidera no futuro próximo. No mês que vem, o Rio de Janeiro recebe a Cúpula do G20, e em novembro de 2025, Belém (PA) será sede da COP30.
Integrantes da diplomacia brasileira admitem que as sinalizações de Trump de que seu novo mandato devolverá à Casa Branca à lógica “America First”, com proteção à economia e demais aspectos domésticos, acende um alerta para esta agenda.
A percepção é de que este alerta não serve somente ao G20 ou à conferência climática, mas a todas as instâncias multilaterais das quais os Estados Unidos participam e exercem protagonismo, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar de mapear com atenção sinais da campanha do republicano, a diplomacia avalia que é necessário aguardar ações concretas de seu governo – que levem ou não o discurso à prática. “Qualquer coisa antes disso, é especulação, chute”, disse uma fonte.
Um dos focos da agenda multilateral brasileira, especialmente para a COP30, diz respeito ao combate às mudanças climáticas. Dadas as sinalizações de campanha, esta é uma das agendas que não receberá de Trump o suporte que teria em um cenário de continuidade da administração americana atual.Play Video
Apesar de o G20 acontecer ainda sob Joe Biden, a tendência é de que o apoio da Casa Branca às agendas brasileiras – como às mudanças climáticas ou distribuição de renda global – não alavanquem propostas tanto quanto poderiam, visto que meses mais tarde o direcionamento da Casa Branca será outro.