No sexto dia desde a fuga inédita de Deibson Cabral Nascimento (33) e Rogério da Silva Mendonça (35) da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, autoridades continuam reunindo esforços para capturar os fugitivos, que ainda estariam por perto do presídio, segundo avaliação do ministro Ricardo Lewandowski.
Em entrevista coletiva concedida na tarde de ontem (18), Lewandowski fez um balanço da operação para recapturar os criminosos. “Um dado bastante relevante é que nós temos cerca de 250 policiais em cada um dos turnos, no turno diurno e no noturno. Então temos quase 500 policiais trabalhando na recaptura dos fugitivos”, disse o ministro.
Os detentos escaparam da prisão ao abrir um buraco na parede de uma cela, aproveitando-se de uma brecha no sistema de segurança da prisão. Utilizando a mata próxima ao presídio como rota de fuga, a dupla conseguiu escapar das autoridades.
Como parte dos esforços para localizá-los, Nascimento e Mendonça foram incluídos na lista vermelha da Interpol, que cataloga os criminosos mais procurados em todo o mundo.
Detalhes da Fuga e Ações dos Foragidos
Na noite de sexta-feira (16), os fugitivos fizeram uma família refém em uma residência na área rural de Mossoró. Relatos indicam que, durante o período em que mantiveram os reféns, eles solicitaram alimentos, celulares e acesso a notícias.
Outras informações indicam que os fugitivos estavam vestidos com bonés, sendo que um deles vestia uma calça azul-claro identificada com o número do presídio e tênis azul, e o outro usava camisa escura e tênis claro. Testemunhas descreveram que ambos estavam visivelmente sujos e com forte odor.
Depois de invadirem a casa, os foragidos partiram levando alimentos, telefones celulares e carregadores. Segundo informações, eles teriam percorrido aproximadamente 15 km desde o local da fuga até a área onde se encontravam refugiados.
Perspectivas e Desdobramentos
O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, expressou confiança de que os fugitivos permanecem dentro de um raio próximo à Penitenciária de Mossoró.
A fuga marca um acontecimento inédito na história do sistema penitenciário brasileiro, uma vez que é a primeira vez que detentos de um presídio de segurança máxima conseguem escapar desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal, em 2006.
Enquanto as operações de busca prosseguem, a população local permanece em alerta, e as autoridades estão empenhadas em restabelecer a segurança na região e recapturar os fugitivos.
Lewandowski também comentou que o ministério, em conjunto com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as polícias militares estaduais, polícias penais federais e estaduais, além das polícias civis, estão identificando e solucionando as fragilidades do presídio que podem ter facilitado a fuga.
“Tenho que afirmar que em nosso regime democrático vigora a presunção de inocência. Portanto, enquanto as investigações não terminarem, seja a investigação no âmbito administrativo, seja a do âmbito policial, não podemos afirmar que houve conivência de quem quer que seja, mas claro que todas as hipóteses estão sendo investigadas e virão a público no momento apropriado”, finalizou.
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