Uma operação da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu 15 PMs nesta quinta-feira (16). Eles são suspeitos de ter envolvimento em um esquema de proteção ilegal ao empresário Antônio Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), executado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A investigação, iniciada em março de 2024 após denúncias anônimas, revelou que os policiais sabiam das atividades criminosas de Gritzbach e, mesmo assim, aceitaram fazer sua segurança particular.
De acordo com as apurações, policiais faziam escolta e vazavam informações ao PCC
Gritzbach, que já havia sido preso em 2023 sob suspeita de ordenar a morte de dois membros do PCC, estava em processo de delação premiada e prometia entregar provas que revelariam um esquema envolvendo policiais civis e militares.
O empresário, que atuava no mercado imobiliário e em operações com criptomoedas, teria desviado dinheiro da facção e, temendo represálias, passou a andar com escolta armada.Play Video
Segurança particular e ilegal
De acordo com as investigações, o esquema de segurança era ilegal, sem qualquer respaldo judicial, e utilizava carros que imitavam viaturas policiais para garantir a proteção de Gritzbach.
Um dos agentes presos, um tenente da Polícia Militar, é apontado como chefe da organização e, segundo a investigação, facilitava a escala dos demais para que pudessem atuar na proteção do empresário. Os PMs envolvidos recebiam pagamento por seus serviços.
A investigação da Corregedoria utilizou técnicas para coletar provas para chegar aos envolvidos, incluindo quebra de sigilo telefônico, análise de ERBs (Estação Radio
Base) e interrogatórios.
Uma das provas que será utilizada é o material genético encontrado no local do crime, que será confrontado com o DNA dos policiais presos. A expectativa é de que os resultados confirmem a participação dos PMs na execução e ajudem a elucidar outros pontos da investigação.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a prisão dos policiais é um passo importante para desmantelar o esquema de corrupção e o envolvimento de agentes de segurança com o crime organizado.
As investigações continuam, com foco em identificar todos os envolvidos na morte de Gritzbach, incluindo o mandante do crime e um segundo atirador.
PM que atirou é preso
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo realizou uma operação nesta quinta-feira (16) contra 15 agentes suspeitos de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os alvos está um policial suspeito de ser o autor dos disparos na execução do empresário Antônio Vinicius Gritzbach.
Os policiais militares passaram a ser investigados em março do ano passado, quando a Corregedoria recebeu uma denúncia sobre vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção.