Recentemente, o governo federal começou a pagar o Auxílio Reconstrução às pessoas atingidas pela cheia que atinge o Rio Grande do Sul desde o fim de abril e que desalojou mais de 580 mil gaúchos. O benefício deve ajudar as famílias afetadas pela tragédia a se reerguerem. Enchentes, secas, incêndios florestais de grandes proporções, furacões e uma infinidade de outros desastres naturais causados pelas consequências do aquecimento global já são uma realidade para a qual todos os brasileiros precisam se preparar.
Como especialistas alertam há anos, a crise climática se tornou inevitável, somado isso ao fato de que o país tem hoje 68,76 milhões de consumidores inadimplentes, segundo o último levantamento da CNDL/SPC Brasil, a educação financeira familiar passou a ser urgente. Afinal, se é impossível fugir das catástrofes climáticas, é preciso pensar que elas estão chegando e começar a traçar estratégias para mitigar os danos causados por elas.
Seja pela possibilidade do desemprego, do adoecimento e agora de passar por um desastre natural, a principal maneira de amenizar situações desesperadoras é ter uma reserva emergencial sólida, como explica a especialista em Proteção Financeira, Kiara Rodrigues. “Esse dinheiro guardado para imprevistos deve cobrir pelo menos seis meses dos gastos básicos da família, de acordo com o padrão de vida que os membros têm. Assim, se algo acontecer, o grupo familiar não ficará completamente desamparado. O dinheiro pode ser usado para reformar a casa, custear alimentação, contas de água, luz e o que mais for necessário até que apareça uma solução definitiva”, orienta.
O problema é que é difícil construir uma reserva de emergência com uma vida financeira desorganizada. “O primeiro passo para quem está inadimplente é cortar gastos e tentar renegociar os débitos de modo que a pessoa consiga pagá-los, ainda que parceladamente. Outra dica muito usada para aprender a poupar é o método 50, 30 e 20: o objetivo é usar 50% da renda para arcar com as despesas essenciais (moradia, água, energia e alimentação), 30% para os gastos variáveis (compra de roupas, calçados e até lazer) e 20% para a construção da reserva de emergência. Se hoje é impossível guardar esse percentual, comece com menos e vá aumentando. Se possível, procure um jeito de ganhar um dinheiro extra para colocar ordem nas finanças da casa”, explica Kiara.
Sem dúvida, nenhum dinheiro consegue transformar uma tragédia em algo agradável, mas saber que o essencial não vai faltar e ter um ponto de partida para recomeçar, pode ser um grande alento para quem passa por esse tipo de situação.
Kiara Rodrigues
Especialista em Proteção Financeira, certificada pela SUSEP e ANBIMA, com ampla experiência na área, Kiara é ainda fundadora da Invest Estratégias Financeiras, uma empresa que há 8 anos oferece serviços personalizados de Planejamento Financeiro, adaptados ao perfil de cada cliente.
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