O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Cláudio Silva, realizou no último domingo (3) uma visita na Baixada Santista. A ouvidoria diz ter uma “sensação” de medo dos moradores em relação aos policiais que estão fazendo operações na região.
“Sensação foi de que estavam amedrontados por pressão dos policiais, que estão fazendo uma ação ostensiva no território, abordando trabalhadores na parte da manhã, abrindo suas marmitas, abordando crianças e adolescentes próximo a escolas”. afirma imprensa da Ouvidoria.
Ainda sobre os boletins de ocorrência durante as operações na Baixada, que já registrou 39 mortes, a ouvidoria diz ser um “copia e cola”. A ouvidoria explica que “descrições dos BOs são praticamente iguais, o que indica a imposição de uma narrativa: policiais chegaram, abordaram, foram recebidos com tiros, revidaram, o ferido foi socorrido e veio a falecer no hospital. Tudo na mesma dinâmica”.
O que diz a SSP-SP:
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou, em nota, que “as forças de segurança do Estado são instituições legalistas que atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional”.
A SSP diz ainda que as corregedorias estão à disposição para apurar qualquer denúncia contra agentes públicos.
“Após a morte do soldado Wesley Cosmo foi deflagrada, no dia 7 de fevereiro, a terceira fase da Operação Verão, que permanece em andamento com o objetivo de asfixiar o crime organizado na Baixada Santista. Desde o início da operação, em 18 de dezembro, 825 criminosos foram presos, incluindo 312 procurados pela Justiça, e 580 quilos de drogas retiradas das ruas. Além disso, 89 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidos. Trinta e nove pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos”, afirma a pasta.
Operação Verão
A Polícia Militar de São Paulo deflagrou, em 2 de fevereiro, a Operação Verão na região da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Motivada pela morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, em Santos, a operação já registra 39 suspeitos mortos.
Segundo a SSP, 813 pessoas foram presas durante a operação, incluindo 307 procurados pela Justiça. Além disso, 577 quilos de drogas foram retiradas das ruas, e 89 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidos.
A pasta afirma ainda que “todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário”.
Mortes cometidas por policiais militares em SP – 1º bimestre (Gaesp)
O número de mortes cometidas por policiais militares em serviço ou de folga no estado de São Paulo aumentou 94% no primeiro bimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2023. Em apenas dois meses, 134 pessoas foram mortas em todo o estado, conforme dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público do estado.
- 2024 – 134
- 2023 – 69
- 2022 – 52
- 2021 – 129
- 2020 – 183
- 2019 – 125
- 2018 – 141
- 2017 – 163
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