Bruno Henrique foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por fraude esportiva e estelionato. O atacante do Flamengo é acusado por suposta manipulação de resultados para beneficiar apostadores.
A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira (11), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os promotores consideram que o jogador forçou cartão amarelo em jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023.
“Nos termos em que será adiante detalhado, a presente denúncia tem por objeto a imputação de crimes de fraude a resultado ou evento associado à competição esportiva (art. 200 Lei nº 14.597/2023), bem como de crimes de estelionato praticados em desfavor de pessoas jurídicas que atuam como agentes operadores de quota fixa, nos termos da Lei nº 14.790/2023”, disse trecho do documento enviado pelo MPDFT.
A decisão é em primeira instância, ou seja, Bruno Henrique ainda pode recorrer das acusações. O jogador do Flamengo também está sendo acusado na esfera esportiva, sob jurisdição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Entenda o caso
O atacante do Flamengo foi indiciado pela Polícia Federal no dia 14 de abril, por suposta fraude em competição esportiva. Outras dez pessoas se tornaram alvos da PF e, no dia seguinte, Bruno Henrique disse que não sabia sobre o caso.
A investigação encontrou mensagens no celular de Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do jogador. O aparelho foi apreendido pelos agentes durante as buscas. Ao todo, 3.989 conversas foram analisadas no WhatsApp de Bruno Henrique.
Casas de apostas alertaram sobre movimentações suspeitas envolvendo o cartão recebido por Bruno Henrique em agosto de 2024. Três bets (KTO, Betano e Bet da Galera) emitiram o alerta.
No dia 5 de novembro daquele ano, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Vespasiano, em Lagoa Santa e em Ribeirão das Neves. A operação foi chamada de Spot-Fixing, uma expressão inglesa que faz alusão à manipulação de uma situação específica de um jogo.
Veja as denúncias do MPDFT
- Bruno Henrique
Fraude a evento esportivo
Estelionato consumado (contra a Galera Bet)
Estelionato tentado (contra a Betano, por duas vezes)
- Wander Nunes Pinto Junior (irmão do jogador)
Fraude a evento esportivo
Estelionato consumado (contra a Galera Bet)
Estelionato tentado (duas vezes contra a Betano)
- Ludymilla Araujo Lima (companheira de Wander)
. Estelionato consumado (contra a Galera Bet)
. Estelionato tentado (contra a Betano)
- Poliana Ester Nunes Cardoso (prima)
. Estelionato tentado (contra a Betano)
- Claudinei Vitor Mosquete Bassan
. Estelionato consumado (quatro vezes: contra Galera Bet, Blaze — 2 vezes — e KTO)
. Estelionato tentado (contra a Betano)
- Rafaela Cristina Elias Bassan (companheira de Claudinei)
. Estelionato consumado (duas vezes: Galera Bet e Blaze)
. Estelionato tentado (contra a Betano)
- Henrique Mosquete do Nascimento
. Estelionato consumado (contra a KTO)
. Estelionato tentado (contra a Betano)
- Andryl Sales Nascimento dos Reis
. Estelionato consumado (duas vezes: Galera Bet e Blaze)
. Estelionato tentado (contra a Betano)
- Max Evangelista Amorim
. Estelionato consumado (contra a Galera Bet)