O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) se manifestou na manhã desta quarta-feira (29/10) sobre a megaoperação realizada no Rio de Janeiro para combater criminosos do Comando Vermelho e que resultou na morte de 64 pessoas, se tornando a mais letal da história do estado fluminense. A pasta comandada pela ministra Macaé Evaristo afirma que “acompanha com atenção” a situação.
Em nota, o Ministério afirma também que está desenvolvendo uma estratégia de ação humanitária para apoiar as autoridades públicas e a população afetada, em coordenação com órgãos federais e estaduais.
“O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania acompanha com atenção os desdobramentos da operação policial no Rio de Janeiro. Dentro de suas atribuições, o Ministério atua na promoção e proteção dos direitos humanos e na articulação de medidas voltadas à garantia da dignidade da população do Rio de Janeiro e das comunidades diretamente afetadas”, diz o comunicado.
Na manhã desta quarta-feira (29/10), mais 70 corpos foram achados depois da ação policial que atingiu os complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio. Moradores da região passaram a enfileirar os cadáveres achados na área de mata em uma praça.
A pasta dos direitos humanos ainda informou que uma equipe do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) está em missão no Rio de Janeiro para realizar as primeiras escutas e coletar informações diretamente com familiares, organizações de direitos humanos e autoridades locais.
Além disso, o Ministério Público Rio de Janeiro acompanhará as perícias realizadas pelo Instituto Médico-Legal (IML).
“O MDHC está articulando institucionalmente com os órgãos competentes para avaliar formas de apoiar as condições de trabalho das autoridades locais, entre elas o IML, e contribuir na discussão de protocolos de perícia e identificação baseados em boas práticas internacionais, como as orientações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Protocolo de Minnesota”, diz a nota do MDHC.
Embate entre governo federal e estadual
A tarde dessa terça-feira (28/10), depois das ações, foi marcada por troca de farpas ente o governo do estado, vocalizadas pelo governador Cláudio Castro (PL), e o governo federal.
Segundo Castro, o estado fluminense estaria atuando “sozinho” no combate à criminalidade no Rio, e cobrou o governo Lula por ter negado o empréstimo de blindados para executar ações policiais.
Em resposta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em entrevista coletiva, disse que o governo auxilia o Rio de Janeiro no que pode, e relatou que Castro não pediu ajuda para a operação de ontem.
“As forças federais não são coadjuvantes das policiais militares nem das polícias civis. Nós auxiliamos o Rio de Janeiro no que podemos. Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado”, afirmou o ministro.







