Duas das principais lideranças do PL, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (MG) não participaram do ato da direita na avenida Paulista (SP), ao lado de Jair Bolsonaro, neste domingo (29).
Segundo apurou a CNN, ambos já tinham compromissos assumidos antes da convocação para a manifestação deste domingo.
Presidente do PL Mulher, Michelle tinha um evento voltado para o público feminino em Roraima. “Estava agendado há dois meses”, disse à CNN o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Michelle é apontada como uma opção da direita para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2026, substituindo Bolsonaro, que está inelegível até 2030.
Já Nikolas Ferreira disse à CNN que não compareceu porque já tinha um compromisso familiar assumido anteriormente. Em atos anteriores realizados na avenida Paulista, o parlamentar fez alguns dos discursos mais duros, todos com críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal).
“Sou padrinho de casamento da minha prima aqui em Belo Horizonte. A logística não permitia [ir ao ato]”, justificou Nikolas.
Nas redes sociais, o deputado viraliza com críticas ao governo Lula. Apenas no Instagram, ele soma 17,9 milhões de seguidores e é uma das apostas do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pela capacidade de difundir as ideias da direita.
Como foi a mobilização bolsonarista
O ato, que ocorreu na reta final do processo que apura uma tentativa de golpe de Estado no país, focou em reforçar o discurso de que há uma “perseguição” contra o ex-presidente e subiu o tom contra ministros do STF..
A manifestação deste domingo teve menor adesão que as edições anteriores. Uma das justificativas de parlamentares do PL é justamente que a convocação foi feita com um tempo muito curto e, por isso, levou menos apoiadores às ruas.
À CNN, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), citou que o ato foi convocado com 14 dias de antecedência. Ele disse que uma nova convocação de bolsonaristas será marcada para 7 de Setembro.
O entorno do ex-presidente argumenta que a repetição da mensagem de que há uma perseguição contra a direita é mais importante que a imagem da avenida Paulista lotada.
A aposta bolsonarista é explorar trechos dos discursos para engajamento nas redes sociais e manter a militância engajada na reta final do processo da trama golpista no STF. A previsão é que o ex-presidente e outros sete réus do chamado núcleo crucial sejam julgados até setembro.