Mais um suspeito de envolvimento no assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete Pacífico foi preso, nesta sexta-feira (12), pela Polícia Civil da Bahia. O crime ocorreu em agosto de 2023, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
Josevan Dionísio dos Santos, conhecido como “BZ” e apontado como Nove de Ouros do Baralho do Crime da SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia), foi localizado em um imóvel na mesma cidade onde ocorreu o assassinato.
A ação foi conduzida pelo Denarc (Departamento de Repressão e Combate ao Narcotráfico) com apoio da Core (Coordenação de Operações e Recursos Especiais).
De acordo com informações da Polícia Civil, ao perceber a chegada das equipes, BZ fez a companheira e os dois filhos reféns. Houve uma negociação, o investigado se entregou e eles foram liberados sem ferimentos. No local, os policiais apreenderam uma pistola calibre 9mm, de fabricação turca e com numeração raspada.
As investigações apontam que Josevan foi o executor do homicídio da ialorixá. Além do assassinato, ele também é investigado por integrar grupo criminoso envolvido em tráfico, roubos e outros homicídios em Simões Filho e região.
Com a prisão de BZ, já são cinco os capturados entre os seis indiciados pelo crime. O último foragido é Marilio dos Santos, o “Maquinista”, classificado como Ás de Ouros do Baralho do Crime. Ele segue sendo procurado pelas forças de segurança.
A SSP reforçou o apelo para que a população colabore com informações sobre a localização do criminoso. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 181 ou pelo site www.disquedenuncia.ssp.ba.gov.br.
“As ações de inteligência continuarão intensificadas até localizarmos o último envolvido neste crime brutal. O sigilo é garantido por lei”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.
Relembre o caso
Mãe Bernadete foi brutalmente assassinada na noite de 17 de agosto de 2023, dentro da casa onde vivia no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho.
Homens armados invadiram o imóvel, retiraram os netos da sala e executaram no local a senhora que era também coordenadora da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos). Após o crime, os celulares dela e das testemunhas foram levados pelos criminosos.
A investigação da Polícia Civil, realizada em conjunto com a Polícia Federal, concluiu que o homicídio foi encomendado por traficantes que atuam na região, incomodados com a resistência da líder quilombola ao avanço e expansão das facções criminosas e do tráfico de drogas nos territórios tradicionais.