O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta quarta-feira (14) no Cairo, capital do Egito, onde está marcada uma reunião com o presidente Abdel Fattah El-Sisi e uma provável visita à Liga Árabe.
Segundo o Itamaraty, Lula deve abordar problemas relacionados ao conflito entre Israel e Hamas. Deverão também ser assinados acordos bilaterais nas áreas de bioenergia e ciência, tecnologia e inovação. Mudança climática e reforma das organizações internacionais são outros prováveis temas de discussão.
Lula também irá para a Etiópia para reuniões bilaterais e participa como convidado da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações da África.
Deverão também ser assinados acordos bilaterais nas áreas de bioenergia e ciência, tecnologia e inovação.
A viagem é a primeira do presidente para fora do país neste ano e a segunda para a África neste mandato, em um gesto que demonstra o interesse do Brasil numa relação mais profunda com economias emergentes.
Agenda Diplomática
Em 2024, as relações diplomáticas entre Brasil e Egito completam 100 anos. Segundo o Itamaraty, os laços foram estreitados nos últimos meses com as negociações para saída, por meio do Egito, de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza em meio à guerra entre Israel e Hamas.
A intenção é fortalecer também as relações comerciais, especialmente quanto a produtos agrícolas. O Egito é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na África. O governo brasileiro espera que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para a exportação de carne bovina.
No ano passado, o Egito abriu mercado para vários produtos brasileiros, como peixes, algodão, gelatina e colágeno. A expectativa é que ainda seja discutida uma rota aérea direta entre os dois países, ligando São Paulo e Cairo.
Na sexta (16), Lula chega à capital da Etiópia, Adis Abeba. A participação na Cúpula da União Africana está marcada para os dias 17 e 18. Na avaliação do governo brasileiro, a participação de Lula na cúpula do grupo é sinal de prestígio, já que normalmente só governantes africanos participam do evento.
O presidente tem convites para outras reuniões bilaterais, ainda não definidas, segundo o Itamaraty.
O Brasil também busca explorar uma presença maior no comércio com a Etiópia, país com crescimento econômico forte e significativo nos últimos anos.
O Itamaraty elencou pontos de convergência entre o Brasil e os países africanos que fortalecem a cooperação diplomática: o combate à desigualdade e à fome; a sustentabilidade e a transição energética; e a reforma de organismos internacionais para uma participação maior de países em desenvolvimento no sistema de decisões globais.
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