O Sistema CNA/Senar vai expandir os programas da instituição com o objetivo de ampliar ações que promovam desenvolvimento do setor rural na região norte, com foco em saúde, assistência técnica, capacitação profissional e crédito rural.
O anúncio foi feito pelo diretor geral do Senar, Daniel Carrara, durante reunião da Comissão Nacional de Desenvolvimento da Região Norte da CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil), realizada no estande do Sistema FAET/Senar, na 25a. Agrotins (Feira de Tecnologia Agropecuária do Estado do Tocantins).
Também foram tratados de assuntos como os desafios ambientais na região e a ampliação da parceria com o Sebrae no projeto “Juntos pelo Agro”, que visa desenvolver iniciativas que apoiem o produtor rural “da porteira pra fora” como na comercialização e formatação dos produtos para atender demandas do mercado.
Além dos presidentes das federações de agricultura do Amazonas, Muni Lourenço Silva Júnior, que preside a comissão, do Acre, Assuero Veronez, do Amapá, Luiz Iraçu Guimarães Colares, e do anfitrião do evento, Paulo Carneiro, presidente do Sistema FAET/Senar, também participaram Rayley Luzza e Jean,s Alves, superintendentes do Senar Tocantins e Amazonas; e Cláudia Stehling , coordenadora da Unidade de Agronegócio do Sebrae.
Saúde e assistência técnica no campo
Entre as medidas anunciadas, Daniel Carrara destacou a importância do programa Saúde no Campo, iniciativa lançada nacionalmente agora em maio pelo presidente da CNA João Martins, que visa oferecer atendimento preventivo e educativo a famílias rurais nos moldes da metodologia do Senar.
Segundo ele, a proposta é expandir significativamente o alcance da ação, especialmente na região Norte, onde há carência de serviços básicos. “O programa é para tratar da saúde dos produtores e suas famílias, que sejam atendidos pela assistência técnica e gerencial do Senar”.
Outro ponto de destaque foi a ampliação da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). A proposta é dobrar o número de propriedades atendidas na região — das atuais 10 mil para 20 mil — dentro do programa “Agronorte”, levando modelos tecnológicos para cadeias produtivas como pecuária, agricultura anual, fruticultura, piscicultura e recuperação econômica de áreas de preservação permanente (APPs).
Carrara também frisou a necessidade de investir na formação de técnicos e instrutores, buscar parcerias com instituições como a Embrapa e fortalecer a comunicação para difundir boas práticas e casos de sucesso. “Hoje nosso maior gargalo é encontrar técnicos capacitados para promover o desenvolvimento que a região precisa”, alertou.
Crédito rural e inovação
O diretor do Senar abordou ainda o papel do Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), apontando que o Sistema CNA é investidor da iniciativa. A proposta é compreender e testar o funcionamento do fundo como alternativa de crédito para os produtores rurais, com vistas a sua futura ampliação.
Parceria com o Sebrae e desafios ambientais
Cláudia Stehling apresentou os objetivos do projeto “Juntos pelo Agro”, conduzido em parceria com o Sebrae. A iniciativa busca fortalecer a gestão e a sustentabilidade dos negócios rurais, promovendo capacitação e apoio direto aos produtores.
A reunião também tratou de um tema sensível: as notificações ambientais do Ibama a produtores rurais. As lideranças manifestaram preocupação com o clima de insegurança jurídica no campo, apontando que as autuações, muitas vezes sem diálogo prévio, podem levar à falência de produtores e ao colapso de atividades produtivas em várias regiões.
O presidente da FAET, Paulo Carneiro, considerou que a questão ambiental é prioridade na pauta do agro na região norte. “O produtor precisa ter tranquilidade para fazer o que ele sabe fazer que é produzir”.
O encontro reforçou o compromisso das entidades com o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal e o apoio direto aos homens e mulheres do campo que enfrentam os desafios de produzir em uma das regiões mais estratégicas do país.
“Tivemos uma reunião com temas muito importantes, como a questão dos embargos ambientais, e a CNA e as federações vão dar encaminhamentos muitos concretos em defesa dos interesses dos produtores da região”, concluiu o presidente da Comissão.