O Banco Central (BC) considerou o cenário de incertezas sobre a intensidade da elevação das tarifas de importação dos Estados Unidos na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), diz a ata do encontro divulgada nesta terça-feira (25).
“O ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos”, diz a ata.
De acordo com a autoridade monetária, dúvidas sobre a implementação das tarifas também têm impacto sobre expectativas, determinação de preços e inflação em países emergentes. Na avaliação do colegiado, parte da deterioração do cenário, que já foi discutida em reuniões anteriores, começa a se materializar.
“Há dúvidas sobre a condução da política econômica em diversas dimensões, tais como possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho, abrangência e intensidade da elevação das tarifas à importação e alterações importantes em preços relativos decorrentes de reorientações da matriz energética, o que pode impactar negativamente as condições financeiras e os fluxos de capital para economias emergentes”, diz a ata.
Para a próxima reunião, o BC indicou um ajuste de menor magnitude. A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta, segundo a autoridade monetária.Play Video
“Em função das defasagens inerentes ao ciclo monetário em curso, o Comitê também julgou apropriado comunicar que o próximo movimento seria de menor magnitude. Além disso, diante da elevada incerteza, optou-se por indicar apenas a direção do próximo movimento”, diz o documento.
Na última reunião, o Copom subiu a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, elevando a Selic para 14,25% ao ano. A decisão foi unânime.
A alta já estava contratada desde a reunião de dezembro de 2024, última realizada sob o comando do ex-presidente do BC Roberto Campos Neto.