O governo federal e o Palácio dos Bandeirantes divergem sobre a investigação do ataque contra o assentamento de Tremembé que deixou dois mortos na semana passada.
À CNN, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), criticou abertamente o governo de São Paulo.
“O governo de São Paulo precisa dar mais atenção (para o caso). Até agora só uma pessoa foi presa. Era preciso que um departamento especializado, o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), estivesse à frente”, disse.
O ministro contou, ainda, que no próximo sábado (18) estará em Tremembé em um ato político organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não quis comentar a declaração até o momento, mas fontes do governo paulista ouvidas pela CNN dizem que o governo federal estaria tentando politizar o crime, que foi classificado como “bárbaro”.
Na visão do governo paulista, o ataque em Tremembé não pode ser configurado como um crime político contra o movimento.
Nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes, a leitura é de que a Polícia Federal não precisava ter entrado no caso e aberto uma investigação própria.
A assessoria do governo de São Paulo informou que o DHPP não está no caso porque atua na capital e presta apoio aos demais departamentos para identificação de autoria.
“No caso em questão, a autoria foi esclarecida pelo Deic, que agora trabalha para prender o segundo suspeito identificado”, disse a assessoria do governo.