A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) realizou na terça-feira, 24, no auditório da Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins (Aleto), a Capacitação de Manejo Clínico e Vigilância da Sífilis, direcionada para médicos e enfermeiros do Estado. A ação coordenada pela Diretoria de Vigilância das Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis (DVDTNT/SVS/SES-TO), tem a parceria do Ministério da Saúde (MS) e as secretarias municipais de saúde do Tocantins.
A ação tem o objetivo de melhorar a assistência relacionada à sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. O evento conta com atualizações sobre tratamento, diagnóstico e prevenção, para diminuir os casos da doença.
Dados da área técnica da sífilis no Estado do Tocantins apontam que em 2022 foram registrados 760 casos de sífilis em gestantes no Estado, em 2023 foram 954 e em 2024 foram 887 casos. Os dados de sífilis congênita em menores de 01 ano em 2022 foram 258; em 2023, 408 e em 2024, 463 casos.
“Nós precisamos fortalecer cada vez mais as políticas públicas eficazes voltadas para essa temática da sífilis. Sobretudo para reduzir a incidência de sífilis em gestante e sífilis congênita, realidade alarmante no estado do Tocantins e no Brasil. Então, para isso estamos promovendo esses eventos, chamando médicos, enfermeiros, profissionais que atuam na atenção primária, secundária e terciária. Hoje, nesse evento, temos as três unidades da federação presentes para discutir esse grave problema de saúde pública e é somente assim, com diálogo, aproximação e uma intervenção efetiva, nós poderemos mudar essa realidade”, afirmou a diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da SES-TO, Gisele Silva Carvalho Luz.
A enfermeira da Atenção Primária de Nova Rosalândia, Karina Leal, participou da capacitação e afirmou que, “está sendo muito importante para nós como profissionais de saúde, participar dessa capacitação. Nós vemos de perto os impactos que a sífilis tem causado o aumento que tem tido no Brasil e no Estado também. Então é muito importante sempre nos atualizar sobre todas as doenças infecciosas. E vir participar é sempre bom porque quando a gente chega a Nova Rosalândia, sempre fazemos roda de conversa com os demais colegas que não vieram para alinhar os protocolos e trabalhar para diminuir os casos de sífilis no município”.
Sobre o diagnóstico e dificuldades, o médico infectologista do Ministério da Saúde (MS), Luiz Fernando Alves Júnior afirmou que, “devemos sempre acolher e saber as necessidades dos pacientes, aconselhar bem e cuidar da saúde sexual da nossa população. Nunca devemos julgar o paciente. Eu acho que o teste rápido foi uma coisa que avançou muito para a gente, porque lá no século passado só conseguimos dar diagnóstico com exame laboratorial, o paciente não voltava, era uma dificuldade danada. Então hoje, com o teste rápido, já conseguimos pular várias etapas e tratar o paciente. Outra dificuldade são os pacientes que têm sintomas e os que não têm, então é muito importante nos atentar a isso para frear a disseminação da infecção e diminuir o número de casos”.
Diagnóstico
O diagnóstico para a doença é feito inclusive com testes rápidos. No Tocantins, foram realizados 25.745 em 2022; em 2023 foram 27.349; em 2024 22.645 e em 2025 8.472 testes rápidos foram realizados. O tratamento contra a sífilis é gratuito pelo SUS é feito com antibióticos, sendo importante que o parceiro sexual também seja testado e tratado. O diagnóstico precoce e o tratamento interrompem a cadeia de transmissão da doença.