Em um grupo de WhatsApp formado por generais quatro estrelas da reserva circula um texto no qual o comandante do Exército, general Tomás Paiva, é cobrado para fazer um posicionamento em defesa dos militares que são réus no julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal).
“O Exército vai sangrar com tão inusitado julgamento. Os réus são todos generais com inestimáveis serviços prestados ao Brasil como ministros de Estado. Por duas excelsas qualidades, são muito queridos e respeitados pelos subordinados. Uma eventual condenação será muito mal recebida. Lembro que, na História do Brasil, nunca houve condenação pela justiça de oficiais generais de tão elevado posto. Acredito que, para diminuir o prejuízo, será necessária uma manifestação pessoal do comandante do Exército”, diz a mensagem, postada por um deles e obtida pela CNN.
Os generais que integram o grupo são apontados por seus pares como integrantes da ala moderada e legalista da Força.
Eles manifestaram apoio ao texto postado por considerar o julgamento parcial e direcionado. Daí o motivo por que cobram Tomás por uma defesa dos militares envolvidos.
“Em função do alto cargo que exerce, ele é a única autoridade que tem poder para falar em nome da Força, representando o peso institucional e político do Exército”, diz a mensagem.
E continua: “Sugiro que sua manifestação discorra sobre o alto conceito e qualificação que desfrutam os oficiais generais réus e aborde o desgaste que a eventual condenação trará para a instituição”.
Ela se refere principalmente aos generais Braga Neto e Augusto Heleno, dois dos réus que estão sendo julgados e que foram ministros de Estado no governo Bolsonaro e exerceram postos de destaque ao longo da carreira militar.
Procurado, o Exército não se manifestou.