Caciques do Partido Liberal (PL) começam a apostar na votação do PL da dosimetria apresentado pelo relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ao invés da anistia. Alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entendem que é o mais adequado para o momento.
Entretanto, os filhos do ex-mandatário, em especial o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), visto pela base bolsonarista como alguém que mais atrapalha, se recusam a aceitar a votação de qualquer outro texto que não garanta anistia ampla, geral e irrestrita para presos por participação nos atos antidemocráticos e financiadores do 8 de Janeiro.
Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, o texto seria colocado em pauta facilmente e passaria, diante da crise instalada entre Planalto e Congresso nos últimos dias. Ainda segundo parte da base do ex-chefe do Executivo, o texto seria suficiente para “aliviar” as coisas neste momento.
Ao Metrópoles um parlamentar com bom trânsito na família Bolsonaro garantiu que a ideia dos filhos do ex-presidente é partir para o “tudo ou nada”, o que pode acabar prejudicando o próprio pai.
Se a proposta de anistia prevê o perdão total aos presos, a dosimetria sugere apenas penas mais brandas, o que não garantiria liberdade imediata a Bolsonaro, mas privilegiaria o ex-chefe do Planalto, condenado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão, devido a redução de penas.
Segundo interlocutores do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ele já teria, inclusive, alertado aos bolsonaristas que não há clima para que a anistia seja votada agora. Além disso, o comandante da Câmara teria feito uma consulta aos líderes para confirmar que, ainda que o texto seja pautado, ele não seria aprovado.
Prisão de Bolsonaro agrava pressão por votação
Após a prisão de Bolsonaro no último sábado (22/11), a oposição intensificou a pressão sobre o presidente da Casa Baixa para que a anistia seja pautada. Porém, Motta sugeriu que, ao invés disso, o PL da dosimetria seja pautado, segundo aliados.
A questão é que a forma como se deu a prisão, após a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica, acabou gerando desgastes para a imagem do ex-presidente. Líderes do centrão não querem atrair para si esse aspecto negativo.






