O clima no Ministério da Fazenda mudou nesta semana. Se antes as apostas eram de que seria possível negociar uma tarifa menor com o governo dos Estados Unidos, ou pedir um tempo maior para o início da sobretaxa norte-americana, agora, Fernando Haddad ordenou que alternativas possíveis de serem implementadas sejam levantadas pelos técnicos da pasta.
Na Fazenda, os técnicos começaram a colocar no papel quais setores serão impactados mais imediatamente e teriam prioridade em linhas de crédito facilitadas pelo governo federal. Reuniões sobre o assunto estão acontecendo em maior escala desde segunda-feira (21).
A criação de um fundo temporário é a opção que mais ganha força, segundo fontes do ministério. No entanto, a ideia é inicial, tanto que o valor da taxa de juros para os empréstimos, ou mesmo, de onde deverá vir a verba, são detalhes que ainda não foram discutidos.
Paralelamente, técnicos do Ministério da Fazenda e do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) – especialmente da Secretaria de Comércio Exterior -, traçam novos possíveis mercados que poderiam absorver os produtos que hoje são exportados para os Estados Unidos.
Porém, de acordo com interlocutores, tanto novos mercados – como países europeus e asiáticos –, ou um aumento da compra por empresas brasileiras dos produtos que tinham como destino o país norte-americano, são alternativas que devem levar um maior tempo para serem colocadas em prática..
Por isso, a ordem agora é priorizar alternativas econômicas para que as empresas – e o eleitorado — não sintam tanto a sobretaxa. Para isso, a Casa Civil deve ser acionada para que ajude na construção de uma medida provisória quando a hora chegar.