A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou as estimativas de processamento de soja e exportação em 2025, após desempenho positivo registrado em maio. A associação elevou a estimativa de processamento para 57,8 milhões de toneladas, 300 mil toneladas acima do estimado em junho. O volume representa um aumento de 3,56% em relação a 2024.
A Abiove também elevou a estimativa de produção de farelo e óleo de soja. A produção de farelo de soja está agora estimada em 44,5 milhões de toneladas em 2025, incremento de 400 mil toneladas em relação à estimativa passada e 4,3% acima do registrado no ano passado.
A produção de óleo de soja está agora prevista em 11,6 milhões de toneladas, incremento de 150 mil toneladas em relação à estimativa feita em junho e aumento de 14,1% em relação a 2024.
A estimativa de produção de soja no país foi mantida em 169,7 milhões de toneladas, ante 154,4 milhões de toneladas em 2024. O estoque final do grão está estimado agora em 4,7 milhões de toneladas, uma redução de 1,1 milhão de toneladas em relação à estimativa feita em junho, mas ainda acima do estoque final do ano passado, que foi de 4,1 milhões de toneladas.
O volume estimado de exportações em 2025 foi elevado em 800 mil toneladas, passando para 109 milhões de toneladas. Em relação ao passado, as exportações crescerão 10,3%.
A receita com exportações está projetada em US$ 53,66 bilhões, queda de 0,5% em relação ao registrado em 2024, resultado dos preços mais baixos neste ano da soja em grão e do farelo.
Processamento em maio
O processamento de soja pelas indústrias atingiu 4,87 milhões de toneladas em maio, o que representou um incremento de 2,1% em relação a abril, e de 13,6% em relação a maio de 2024, segundo a Abiove.
No acumulado de janeiro a maio, o volume de soja processada foi de 21,33 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 5,9% na comparação com o mesmo período de 2024.
“Estamos vivendo um ano positivo para o processamento de soja, com perspectiva de recorde. Esse desempenho está em linha com o cenário de aumento da mistura obrigatória de biodiesel, que passou a incorporar o B14 e o B15 em 2024”, afirmou em relatório Daniel Furlan Amaral, diretor de economia e assuntos regulatórios da Abiove. Ele acrescentou ainda que o ambiente de maior demanda por óleo contribui para sustentar a atividade industrial em níveis elevados.
Em maio, a produção de farelo de soja totalizou 3,7 milhões de toneladas, aumento de 2,1% em relação a maio do ano passado. A produção de óleo somou 990 mil toneladas, incremento de 2,3% na mesma base de comparação.
Exportações até junho
As exportações de soja em grão somaram 13,4 milhões de toneladas em junho, queda de 3,8%. Os embarques de farelo recuaram 3,9% no mês, para 1,9 milhão de toneladas. As vendas externas de óleo de soja somaram 172 mil toneladas, alta de 22,9%.
No acumulado do primeiro semestre, as exportações de soja em grão aumentaram 24,7% em relação ao mesmo intervalo de 2024, totalizando 64,5 milhões de toneladas. Os embarques de farelo de soja tiveram aumento de 1%, para 11,4 milhões de toneladas. As vendas externas de óleo de soja cresceram 25,9% no período, para 816 mil toneladas.
Preços
A Abiove também relatou aumento nos prêmios pagos pela soja em grão, em relação aos preços médios praticados na bolsa de Chicago em junho.
O prêmio da soja em grão em junho atingiu média de US$ 34,91 por tonelada, mais que o triplo do prêmio pago em maio, que era de US$ 11,48 por tonelada. No porto de Paranaguá, a tonelada da soja em grão foi embarcada em média por US$ 420,55, valor 5,37% mais alto em relação a maio. Em Chicago, o preço médio da soja recuou 0,51%, para US$ 385,64 por tonelada.
O valor pago pelo farelo de soja exportado em junho sofreu desconto médio de US$ 9,37 por tonelada em relação ao preço de Chicago, ante um desconto de US$ 9,09 em maio. O preço médio do farelo exportado por Paranaguá atingiu US$ 309,88 a tonelada, queda de 0,87% no mês. O preço da commodity em Chicago recuou 0,76% no mesmo período, para US$ 319,25 por tonelada.
No caso do óleo de soja, o desconto em Paranaguá em relação ao preço em Chicago ficou estável em US$ 55,12 por tonelada. Em média, o óleo de soja foi embarcado a US$ 1.062,95 por tonelada, alta de 2,57% em relação a maio. Em Chicago, o preço médio do óleo subiu 2,44%, para US$ 1.118,06 a tonelada.
No mercado interno, o preço médio do óleo bruto recuou 0,48%, para R$ 6.425 por tonelada, em São Paulo.