A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) se manifestou sobre o suposto vazamento de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A parlamentar informou nesta quarta-feira (19/11) que quer reforçar a denúncia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) à Polícica Federal (PF) com dossiês organizados por estudantes, que acusam um universitário de antecipar questões quase idênticas as do exame.
“Me solidarizo aos estudantes que, após meses ou anos se preparando para o ENEM, se depararam com um grave caso de vazamento de questões. O meu mandato está oficiando a Polícia Federal e reforçando a denúncia já feita pelo INEP com as informações e dossiês que estamos recebendo desde segunda-feira, organizados pelos próprios estudantes por meio das redes sociais”, escreveu Erika no X.
O que está acontecendo
- A suspeita de um possível vazamento das questões do Enem surgiu após a repercussão de uma live do Edclay de Souza Teixeira.
- A live, transmitida no youtube e publicada cinco dias antes da prova de Ciências da Natureza do Enem, expôs questões quase idênticas às da prova.
- Não somente a live, mas em sua “monitoria”, Edclay disponibilizava PDFS com questões que poderiam cair no Enem. Usuários do X apontaram que o estudante de medicina teria acesso a material sigiloso que seria antecipado para alunos do seu curso.
- Um exemplo de um dos supostos vazamentos das questões foi quando Edclay, em certo momento de uma de suas lives, expôs uma questão de Biologia com os exatos dados do item da prova do Enem que ainda não havia sido aplicada.
- Edclay rebate as acusações dizendo que usa a técnica de engenharia reversa para passar como metodologia de estudo para seus alunos e que disponibilizou as questões com “informações públicas” ou itens que o mesmo fez na prova do Capes.
A fala acontece após o Ministério da Educação (MEC) anular três questões do exame e acionar a PF. Erika também exaltou o Enem como “sucesso mundial na democratização” do acesso à faculdade e afirmou que uma avaliação importante como esta para vida dos alunos não pode ser “sabotada por aproveitadores”.
A conduta de vazamento violaria o sigilo, ferindo a isonomia e a ética do Inep e do Ministério da Educação (MEC). Para Erika, não seria possível tolerar que uma parcela de estudantes tenham uma vantagem indevida para realização da prova, prejudicando outros estudantes.
“Por isso, reforço em meu ofício a necessidade de que as investigações do INEP e da PF sobre os responsáveis e os beneficiados sejam céleres e responsáveis com o conjunto de estudantes que prestaram o ENEM. Agradeço a todos os estudantes que estão me marcando e até mesmo ligando para o meu gabinete pela confiança”, disse a deputada por São Paulo.
O parlamentar mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG) também tomou atitude diante do caso ao afirmar que recebeu “diversas denúncias” de estudantes sobre um possível vazamento do Enem. Nikolas ainda afirmou que a fraude no exame era “um ataque direto à credibilidade do exame e ao futuro de milhões de jovens” e informou que enviará um representante à Polícia Federal (PF) pedindo investigação imediata.







