Recém-renovado com o Santos, Neymar participou de uma atividade diferente neste inicio de intertemporada.
Durante a reapresentação no CT Rei Pelé, neste domingo (29), o atleta foi surpreendido com uma entrevista coletiva especial. As perguntas vieram apenas de amigos e familiares.
O atacante se emocionou ao falar do apoio que recebeu e reforçou o desejo de voltar bem aos gramados, mirando principalmente na Copa do Mundo do ano que vem.
Neymar chorou já na primeira pergunta, sobre o apoio de seus entes mais próximos. “Renovar com o Santos, estar em casa pra mim sempre foi um motivo de muita felicidade. […] Estar perto dos meus amigos, das pessoas que eu amo. Vocês são a fortaleza minha. […] Fico muito emocionado, muito feliz porque vocês, mais do que ninguém, sabem do que eu passo e já passei”, disse, com a voz embargada.
Copa de 2026?
Aos 33 anos, o craque afirmou que ainda sonha com a Copa do Mundo e sente que pode alcançar o objetivo.
“Me sinto bem ainda fisicamente, bem mentalmente, principalmente, para que eu possa ir em busca de mais coisas. […] Ainda me sinto forte o suficiente para enfrentar muitas coisas, para tentar realizar meu sonho que é a Copa do Mundo.”
Sobre o futuro no clube, evitou fazer projeções.
“Eu não gosto de falar nada de futuro. Gosto de viver o presente, o agora. […] O presente agora é eu voltar ao meu 100%, eu estar bem, dentro de campo porque sei que ali é onde posso fazer diferença.”
Críticas, julgamento e legado
Alvo constante de críticas fora de campo, Neymar falou sobre como lida com a opinião pública.
“É pedir paciência (risos). E dizer que todo mundo erra, todo mundo é um ser humano cheio de sonhos, vontades, histórias.”
“É difícil assimilar, às vezes, quando as pessoas falam algo errado de mim […] Eu sei que sou uma pessoa boa. É difícil você confrontar essas pessoas.”
Segundo o camisa 10, o que mais o incomoda é o julgamento fora das quatro linhas.
“Hoje em dia, com a internet e redes sociais, eu acho que é difícil as pessoas cobrarem o atleta em si, ainda mais aqui no Brasil. […] É muito triste você parar para ver coisas na internet que não são realidade. […] Me dói, me deixa triste, fico puto, mas não me machuca como eles querem.”
Questionado sobre seu maior medo, foi direto:
“O único medo que eu tenho é ter uma doença que eu esqueça tudo […] da história que você teve, do legado que você deixou.”
Reconstrução e passado no Santos
Neymar também falou sobre o papel que exerce hoje no Santos, agora como referência em um momento de reestruturação.
“Estar fazendo algo diferente pelo Santos, não só dentro de campo, mas ajudando o clube de alguma forma, é um prazer muito grande.”
Sobre o menino que começou na Vila, foi direto:
“A primeira coisa que eu fiz foi escrever a frase: ‘A gente conseguiu’. […] Acho que valeu todo esforço. Hoje eu posso dizer isso pra ele.”
Amor pelo futebol e fim da carreira
Neymar revelou o que ainda o move no futebol. “Enquanto eu sentir que eu posso jogar futebol, que eu continuo amando, sentindo friozinho na barriga antes dos jogos, eu vou continuar.”
Sobre o fim da carreira, afirmou que deixará os gramados quando não conseguir mais performar no nível que deseja.
“Uma hora o tesão de jogar vai acabar. E aí vou decidir só ficar com vocês, aproveitar a vida com vocês.”
Melhor fase e legado
Para Neymar, o auge da carreira foi no PSG.
“Meu prime, tive alguns primes. […] Mas eu acho que o auge futebolístico foi no Paris Saint-Germain, em 2017, 2018, 2019, até 2020 mesmo.”
Ao falar de seu legado, mostrou orgulho.
“O meu papel está feito pelo futebol. Meu papel tá escrito. Eu deixei meu legado. Muitos vão se lembrar de mim […] Esse legado, para mim, é muito especial.”