Contemplado no edital Audiovisual Tocantins 2023, lançado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), o projeto “Uma estrada que corta o território do Xerente”, que explora a relação entre o povo Xerente e a estrada que atravessa o seu território, já está em fase de pós-produção. A iniciativa foi classificada na categoria Produções Audiovisuais – Módulo II e recebeu o aporte de R$ 750.000,00 para produzir um documentário.
Além de abordar os problemas e desafios ligados à construção da estrada, o longa-metragem propõe uma reflexão profunda sobre a importância dos territórios indígenas. O caminho, como símbolo, serve de ponto de partida para um convite à observação das dinâmicas e questões que envolvem esses territórios. Segundo o produtor e diretor da GBM Filmes, Túlio de Melo, o objetivo é alcançar um público amplo e diversificado, sem restrições de faixa etária, bem como oferecer uma experiência rica e acessível para todos.
A equipe passou por dois meses intensos de gravações nas aldeias Xerente, bem como em locais importantes em Palmas, como o Museu Palacinho, a Universidade Federal do Tocantins e a biblioteca do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho. Além disso, o grupo também esteve presente na 20ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília (DF), um dos mais importantes movimentos indígenas do país.
Os envolvidos no projeto tiveram a colaboração de Romário Srowasde Xerente, assistente de direção indígena, que desempenhou um papel fundamental na condução das gravações. “Ele que conduziu todo o processo de gravação do documentário na aldeia”, destacou Túlio.
Com a fase de produção concluída, o projeto avança agora para a etapa de pós-produção, que envolve a montagem e edição do documentário. Posteriormente, uma equipe especializada será encarregada da finalização do som e da criação de versões acessíveis do filme, em conformidade com as exigências da Lei Paulo Gustavo. A expectativa é que o documentário seja finalizado até o final do ano. A ação prevê ainda, como contrapartida social, a realização de uma sessão aberta no cinema, com todos os recursos de acessibilidade.
O diretor Túlio de Mello expressou ainda grande entusiasmo quanto ao impacto da produção no cenário cultural do Tocantins “Nossa expectativa é grande, porque o processo de produção foi muito positivo. Será um momento muito importante para o cinema tocantinense, pois é um filme de cunho acadêmico e filosófico, onde trazemos vários especialistas e indígenas do povo Xerente”, complementou.
Conheça a proponente
A produtora independente do Tocantins, GBM Filmes, destaca-se pela produção de filmes de ficção e documentários que celebram a cultura e a história local. Com projetos como “Zé Onça Relato de uma Memória”, o filme tocantinense mais premiado em festivais nacionais e internacionais, a empresa reforça seu compromisso com o cinema regional.
Recentemente, produziu um documentário para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre a ourivesaria de Natividade e estreou no Rio de Janeiro e na capital Palmas, o curta-metragem de ficção “Invisibilidade”, que mergulha na realidade das mulheres travestis do Brasil.
Ficha técnica:
Produção: GBM Filmes
Direção: Túlio de Melo
Produção executiva: Getúlio Barros de Melo
Assistência de direção: Romário Srowasde Xerente e Leandro de Alcântara
Direção de Fotografia: Keven Lopes
Montagem e edição: Leandro de Alcântara
Roteiro: Túlio de Melo
Coloração: Leandro de Alcântara
Assistência de produção: Djalmir Senna
Direção de som: Heitor Martins Oliveira
Equipe de som
Still: Íris Azevedo, Leandro de Alcântara e Djalmir Senna
Equipe/empresa produtora das versões do produto final de acessibilidade.
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