A tensão do mercado em meio a um temor de recessão provocado pelos últimos anúncios de tarifas comerciais do governo de Donald Trump tem direcionado as negociações – e os preços – nas bolsas internacionais. Em Nova York não podia ser diferente. Depois de uma queda acentuada de mais de 6% na véspera, os contratos de café para maio sobem 0,57%, nesta terça-feira (8/4), em razão de uma correção técnica.
As cotações do arábica abrem o pregão a US$ 3,4670 a libra-peso, registrando a menor cotação em dois meses e meio, segundo o site Barchart. E não é só este fundamento que pesa sobre o mercado futuro do café. A desvalorização do real em comparação ao dólar e as chuvas que começaram a chegar em zonas cafeeiras, em especial no Estado de Minas Gerais, ajudam a derrubar o preço depois de recordes acumulados.
“O sentimento de aversão ao risco nos mercados de ativos, devido aos temores de uma guerra comercial global, prejudicou a maioria dos preços das commodities, incluindo o café. Além disso, há preocupações de que a demanda por café seja prejudicada, já que as tarifas aumentam os preços do café para os consumidores”, explica o boletim do Barchart.
As outras commodities negociadas na bolsa de Nova York abrem todas no campo negativo. Os lotes de cacau para maio são negociados a US$ 7.921 a tonelada, recuo de 1,64%.
O açúcar demerara com entrega para o mesmo mês opera com desvalorização de 0,16%, a 18,65 centavos de dólar por libra-peso. Já o algodão cai 0,11% nesta manhã, precificado a 65,92 centavos de dólar por libra-peso.
Apesar de os valores atraírem a indústria, em especial nos casos do café e do cacau – já que esperavam poder pagar mais barato pela matéria-prima para processar produtos finais -, ainda há receio de que o tarifaço prejudique os embarques desses produtos e que o consumo retraia diante de preços maiores. A falta de produto de qualidade devido a safras mais apertadas e prejudicadas pela seca também pesará.