A maior presença de compradores no mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul vem favorecendo a liquidez e sustentando as cotações. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, empresas visam renovar seus estoques em meio ao avanço da colheita, buscando o produto inclusive em regiões mais distantes de suas unidades.
Ontem (23/4), o indicador Cepea/Irga-RS apresentava a cotação média de R$ 103,77 pela saca de 50 quilos, uma alta acumulada de 4,68% desde o início de abril.
A colheita de arroz chegou a 67% da área semeada no Rio Grande do Sul, segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga), na última segunda-feira, um avanço de 9 pontos percentuais em uma semana.
Na fazenda Estância da Gruta, de Capão do Leão, os trabalhos estão mais adiantados e a colheita terminou no domingo. Segundo Antonio Quinto Di Cameli, sócio-administrador da propriedade, o resultado foi de 235 sacos por hectare de arroz limpo e seco. “Por conta dos desafios que enfrentamos, estimamos uma perda de até 10 sacos por hectare. No entanto, conseguimos ter uma colheita histórica, fruto da soma de esforços entre colaboradores, consultoria e parceiros”, disse, em nota.
A falta de energia que afetou a região Sul do Rio Grande do Sul por conta dos temporais e teve impacto na rentabilidade da safra. Sem luz por mais de sete dias consecutivos, a Gruta ficou com o processo de secagem próprio interrompido, inviabilizando o uso de seus armazéns.
Di Cameli destacou que isso levou a propriedade a direcionar quase 30% da colheita para estruturas e silos de terceiros, gerando custos de secagem e armazenagem. “Mas, o importante é estar com o grão no silo. Não valeria a pena esperar para colher e arriscar uma lavoura de alto potencial”, acrescentou.
Comentários sobre este post