O agora ex-advogado do general Mario Fernandes, Raul Livino, disse à CNN que a possibilidade de que o militar fizesse uma colaboração premiada era uma das linhas de atuação que ele defendia.
“A delação era uma das linhas e se apresentava justamente para esclarecer pontos do inquérito e não permanecer como o único responsável”, afirmou.
Livino foi substituído na causa pelo advogado Marcus Vinícius Figueiredo, que disse ser contrário à delação premiada.
Livino relata ainda que se reuniu por seis horas com o general na manhã de segunda-feira (2), ocasião em que lhe entregou o relatório da Polícia Federal no qual o general foi indiciado e debateram estratégias de defesa.
“Eu estive com o Mário no Rio de Janeiro, conversei com ele e pedi para que ele lesse e soubesse que tinha várias linhas de ações na defesa e que não deixasse ficar tudo nas costas dele”, afirmou.Play Video
O agora ex-advogado do general considera ter havido uma “descortesia” por parte do novo advogado no processo de substituição.
“Ele me ligou dizendo que precisava falar comigo, mas depois que eu constatei que ele já havia juntado a procuração à minha revelia eu mesmo decidi sair do caso. Foi uma descortesia ele ter juntado sem ter falado comigo”, disse.
O advogado conta que chegou a passar uma procuração limitada a Marcus Figueiredo.
“Eu havia passado a ele um substabelecimento com reservas de poderes porque a família pediu. Ele é um amigo da família e a família pediu para que ele desse um apoio. Até então eu estava como titular. E aí ele junta uma procuração que pela forma não me pareceu de acordo com o Código de Ética da advocacia”, disse.
A CNN mostrou nos últimos dias que investigadores relataram que Fernandes avaliava uma delação e que a família pressiona o general nesse sentido.
Na sexta-feira pela manhã, a CNN revelou que a estratégia de defesa que Bolsonaro vinha apresentando até então estava gerando incômodo dentre os indiciados, que apontavam ingratidão e traição de sua parte.
Procurado, o advogado Marcus Figueiredo disse que foi constituído nos autos a pedido do general Mário Fernandes.