Uma grande festa marcou a culminância das ações do projeto referente à Consciência Negra realizada pelo Colégio Estadual Getúlio Vargas, de Ananás, no último dia 19. Este ano, a escola adotou o tema “Consciência Negra: olhar para o passado, agir no presente e mudar o Futuro” e a programação contou com músicas, danças, performances artísticas, desfile e palestras.
A escola trabalha questões como a valorização da cultura afro-brasileira e combate ao racismo estrutural, em diversas atividades, ao longo do ano letivo. A culminância das ações é uma forma de ampliar a discussão para a comunidade.
A professora Maria Luzia, da Escola Estadual João XXIII, localizada em Riachinho, foi convidada para falar sobre a história e a cultura afrobrasileira. E a atividade realizada mobilizou estudantes, professores e servidores e, também, promoveu o protagonismo juvenil e a integração entre diferentes áreas do conhecimento.
O diretor da escola Willas Silva Santos ressaltou a necessidade dos diálogos e reflexões sobre a cultura afro-brasileira. “A escola deve falar da história, da representatividade e da contribuição da cultura afrodescendente para a sociedade. É um momento de celebrar a ancestralidade e a nossa miscigenação. E são em ações como esta, que os estudantes aprendem a ter orgulho de sua história, do que representam e sentem-se felizes em ser o que são”, destacou.
O coordenador de área de Humanas e professor de História, Augusto César Ferreira Barbosa, ressaltou o papel da escola em atuar nos processos de transformações. “A importância de celebrar a cultura afro-brasileira nas instituições de ensino é um dos principais atos de construção de uma sociedade antirracista e mais plural. Entender a História da negritude como parte central da nossa identidade enquanto sujeitos no nosso tempo presente. Digo que lutar pelo fim da discriminação e do racismo é uma ação de todos”, afirmou.
Escolas convidadas
Além das apresentações dos estudantes do Colégio Estadual Getúlio Vargas, foi convidado o grupo de capoeira da Escola de Tempo Integral de Ananás, que realizou uma apresentação cultural. E o professor de História Flávio Coimbra, do Centro de Ensino Médio Cabo Aparício Araújo Paz, contribuiu com a participação de estudantes do ensino médio que apresentaram dança.
A professora de Geografia, Lucileia Santos destacou a importância da mobilização para a formação de uma consciência crítica. “Neste evento, apresentamos o resultado dos temas e questões que foram trabalhadas em sala de aula. E os alunos mostraram responsabilidade, assumiram o protagonismo e demonstraram o que aprenderam. É um momento rico, especial e cheio de significado”, esclareceu.
O professor Paulo Henrique Veras, de História, também ressaltou a necessidade da escola investir nessas ações. “O evento foi muito importante porque a escola envolve e chama atenção dos nossos alunos para desenvolver uma consciência negra, onde marca a resistência, reivindicações e o simbolismo de uma luta dos negros contra a opressão no Brasil”, explicou.
Desfile
A escola também promoveu um desfile, com o objetivo de valorizar a beleza e a identidade
Afro-brasileira. E foram aplaudidos como vencedores, a aluna Maria Vitória Martins e o estudante Francisco Akássio dos Santos Silva e que foram coroados como símbolos da beleza. O desfile foi coordenado pela professora Cristina Mendes. “Como professora de Geografia, vejo o evento da Consciência Negra de hoje como fundamental para compreendermos melhor a história, a cultura e as contribuições do povo negro. Entendemos também a formação do nosso território, das nossas identidades e das nossas relações sociais. Esse momento foi importante porque amplia nosso olhar, fortalece o respeito à diversidade e nos ajuda a construir uma escola mais consciente e comprometida com a igualdade”, frisou.
A estudante Maria Vitória, 15 anos, está feliz com a sua conquista. “É um evento importante porque nos sentimos livres, autênticos. As pessoas se arrumam, ficam belas, usa pinturas no rosto. Eu imagino que devemos ter mais eventos como este e ter mais aulas que retratam a cultura afrodescendente. Ser negra é um orgulho, e a escola tem que ser um lugar para a gente mostrar isso sempre”, comentou.
A aluna Maria Isadora Marinho dos Reis, 14 anos, destacou a importância do momento como forma de ressaltar a identidade negra. “É um evento onde a gente descobre que os negros tiveram participação relevante na formação da cultura, das comidas e de algumas religiões. E perceber que os nossos antepassados não foram só um povo escravizado, mas sim um povo que tinha suas culturas, seus jeitos e, principalmente, o seu modo de ser”, contou.
Edição: Ana Luiza da Silva Dias/Governo do Tocantins
Revisão Textual: Enedino Rodrigues Benevides Neto/Governo do Tocantins







