A produção brasileira de grãos e fibras em 2025/26 deve alcançar novo recorde e chegar a 354,7 milhões de toneladas, volume 0,8% superior ao registrado em 2024/25, segundo o primeiro levantamento para o ciclo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Esse volume será permitido principalmente devido ao avanço na área de plantio de 3,3%, estimada em 84,4 milhões de hectares. Vale lembrar que o Brasil é capaz de fazer três safras em períodos distintos devido ao clima e a extensão territorial.
Soja
No primeiro ciclo, de verão, a expectativa é que a semeadura alcance 55,9 milhões de hectares, sendo que a soja deve ocupar 49,1 milhões – crescimento de 3,6%. Com isso, a Conab estima uma colheita de 177,6 milhões de toneladas da oleaginosa, novo recorde e 6 milhões de toneladas superior ao de 2024/25.
“As precipitações ocorridas em setembro nos Estados do Centro-Sul do país permitiram o início do plantio com 11,1% da área já semeada, índice ligeiramente superior ao ocorrido até o mesmo momento do ciclo passado, Nos maiores Estados produtores de soja, Mato Grosso e Paraná, nos primeiros dez dias de outubro, registravam 18,9% e 31%, respectivamente, da área semeada”, divulgou a Conab, no relatório.
Milho
Assim como a soja, é esperada uma maior área plantada para o milho em 2025/26, podendo chegar a 22,7 milhões de hectares, com uma expectativa de produção de 138,6 milhões de toneladas somadas as três safras do grão. Apenas na primeira safra do cereal, a Companhia prevê um incremento na área semeada em torno de 6,1%, com estimativa de colher 25,6 milhões de toneladas, crescimento de 2,8% em relação à safra passada.
No Rio Grande do Sul, onde a semeadura tem início a partir do fim de agosto, em 11 de outubro, já havia 83% da área semeada, 84% no Paraná e 72% em Santa Catarina. Já no Centro-Oeste e nos demais Estados, o plantio ainda não havia iniciado.
Em relação à segunda e a terceira safra de milho, a Conab estima uma queda de produção de 2,5% e 13,1%, respectivamente. Mas a autarquia destaca que são culturas ainda distantes de serem semeadas e, portanto, as estimativas podem ser revistas.
Arroz
Já para o arroz, a primeira estimativa para o ciclo 2025/26 indica uma redução de 5,6% na área a ser semeada, projetada em 1,66 milhão de hectares, sendo que na área irrigada a queda está prevista em 3,7% e na de sequeiro a diminuição pode chegar a 12,5%.
Com a menor área destinada à cultura, a produção de arroz pode chegar a 11,5 milhões de toneladas, 10% menor que o registrado em 2024/25. Na região Sul, principal produtora do cereal, os produtores intensificam os trabalhos de preparo do solo e do plantio.
Feijão
No caso do feijão, por ser uma cultura de ciclo curto, a tendência é que a safra 2025/26 mantenha-se próxima da estabilidade. Somada as três safras da leguminosa, a produção está estimada em 3 milhões de toneladas.
A área da primeira safra do grão deverá ter redução de 7,5% em comparação com o primeiro ciclo da temporada 2024/25, totalizando 840,4 mil hectares. A semeadura foi iniciada na região Sudeste do país, com 100% da área semeada em São Paulo, e em andamento nos demais Estados da região. Na Bahia, terceiro maior produtor da leguminosa, e nos demais Estados, o plantio ainda não foi iniciado.
Algodão
A primeira estimativa sobre o cultivo de algodão em pluma indica um aumento de 2,5% na área de plantio, com 2,14 milhões de hectares, mas uma produção 1,1%, com um total de 4,03 milhões de toneladas.
Culturas de inverno
Em relação às culturas de inverno, a Conab ressalta que estão muito distantes do plantio. Sobre o produzido em 2025 (ciclo 2024/25), o trigo foi colhido em 40% da área semeada, com uma previsão de produção de 7,7 milhões de toneladas, 2,4% abaixo da safra 2024.
“A redução prevista para a colheita decorre, principalmente, da retração de 19,9% na área cultivada, motivada por condições menos favoráveis ao cultivo no momento de decisão da implantação da atual safra”, diz o texto.