O marido e a sogra da suspeita de envenenar um bolo e matar três familiares prestaram depoimento à Polícia Civil do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (20).
A CNN apurou que Diego Silva dos Anjos e Zeli Silva dos Anjos foram ouvidos na cidade de Arroio do Sal. Segundo apuração da CNN, a tese da polícia está sendo confirmada e os depoimentos serviram para fortalecer as descobertas.
As oitivas ocorreram após a identificação de arsênio na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos. A substância também foi identificada na coleta da sogra de Deise.
Os investigadores afirmam que ainda precisam fazer mais diligências para ampliar a prisão temporária da suspeita, que está presa desde o dia 5 de janeiro por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio.
Deise também é investigada pela morte de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro de 2024 por infecção intestinal. A Polícia Civil de Torres apura o caso, porém o inquérito deve ser encaminhado à delegacia de Arroio do Sal.
A CNN ainda apurou que a polícia já tem evidências sobre a compra do arsênio, apesar da análise do celular da suspeita ainda não ter sido concluída.
Arsênio é identificado em marido e filho de Deise
A perícia identificou arsênio na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, suspeita por triplo homicídio no caso do bolo envenenado em Torres, no Rio Grande do Sul.
Diego Silva dos Anjos e a criança fizeram o exame na última terça-feira (14). O material colhido dos dois testou positivo para a substância, conforme apuração da CNN.
As amostras foram coletadas no Posto Médico Legal de Osório (RS) e encaminhadas para análise no Instituto-Geral de Perícias (IGP). A CNN ainda apurou que a sogra de Deise, Zeli Teresina Silva dos Santos, passou pelo mesmo exame, no qual também foi identificado a presença do arsênio.
A polícia ainda busca esclarecer quando a substância foi digerida pelo marido e pelo filho da suspeita, principalmente se foi antes ou depois da morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, morto em setembro de 2024.
Sobre o caso
A investigação, nomeada “Operação Acqua Toffana”, aponta que Deise teria um histórico de desavenças familiares e que a sogra seria seu principal alvo.
A polícia já confirmou que o sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, também foi morto por envenenamento por arsênio, três meses antes do incidente com o bolo. O veneno foi encontrado em amostras de leite em pó.
Após a confirmação da morte de Paulo Luiz por envenenamento, a polícia passou a investigar se Deise cometeu outros crimes semelhantes.
Mensagens recuperadas do celular de Deise revelam que ela pesquisou sobre arsênio na internet antes dos crimes e que tentou encobrir seus rastros, manipulando a família. Ela tentou cremar corpo de sogro para esconder vestígios do crime, diz a polícia.
A polícia acredita que Deise possa ter tentado envenenar outras pessoas além das vítimas do bolo com arsênio e do sogro. O delegado responsável pelo caso, Marcos Veloso, afirmou que todas as mortes por intoxicação no círculo de convivência de Deise serão investigadas.