A editora Nova Fronteira está lançando uma nova edição comemorativa de 70 anos da peça “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.
A peça teatral de três atos foi escrita pelo autor paraibano em 1955, recriando no formato de um Auto algumas das histórias mais populares de cordel. Suassuna dedicou sua vida e obra a exaltar a cultura nordestina e foi um dos idealizadores do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar arte erudita tendo como base a cultura e as tradições populares.
Em “Auto da Compadecida” nos apresenta as aventuras de João Grilo e Chicó, dois nordestinos pobres que vivem fazendo golpes para sobreviver. O livro mescla elementos da literatura de cordel com comédia, trazendo traços do barroco católico brasileiro e das tradições religiosas do sertão.
Foi com esta peça que Ariano se tornou conhecido em todo o Brasil, e ganhou ainda mais notoriedade após a adaptação de sucesso para os cinemas em 2000, dirigida por Guel Arraes e estrelada pelos atores de renome Matheus Nachtergaele, Selton Mello e Fernanda Montenegro. Em dezembro de 2024, o filme ganhou uma continuação – que possui trama original e se tornou a maior estreia do cinema nacional desde a pandemia.
Lançamento inédito de Ariano Suassuna
A editora Nova Fronteira anunciou também “O Pasto Incendiado”: uma reunião da obra poética de Ariano Suassuna, com material inédito, organizada pelo professor Carlos Newton Júnior, da Universidade Federal de Pernambuco, que pesquisa a obra do autor desde os anos 1990.
Segundo a editora, o objetivo é consolidar “de uma vez por todas, e agora não mais entre críticos e estudiosos, mas entre os leitores de poesia, de um modo geral, o nome de Ariano Suassuna como poeta — e um dos melhores de toda a nossa literatura”.
A obra também conta com ilustração do artista plástico Manuel Dantas Suassuna, e luva criada pelo designer Ricardo Gouveia de Melo.