A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de proibir sessões de comissões durante o recesso parlamentar gerou uma forte reação da oposição.
A medida provocou especialmente a insatisfação dos deputados bolsonaristas, que planejam medidas retaliatórias quando os trabalhos legislativos forem retomados.
O Partido Liberal (PL), que possui a maior bancada na Câmara, estuda solicitar aos Estados Unidos o cancelamento do visto de viagem de Hugo Motta.
A recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre restrição de vistos do ministro do STF Alexandre de Moraes e de seus aliados não incluiu os presidentes do poder legislativo.
A proibição das sessões parlamentares impediu a análise de projetos considerados prioritários pela oposição, como o PL da anistia e a PEC que visa proibir decisões monocráticas. Ambas as propostas foram elaboradas em resposta às medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Como forma de retaliação, parlamentares da oposição ameaçam não apoiar a derrubada do veto relacionado ao aumento do número de deputados federais de 513 para 531. A pauta é considerada prioritária para Hugo e sua aprovação no Senado ocorreu por margem mínima, com apenas um voto de diferença, o que torna a situação ainda mais delicada para uma segunda votação.