O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira (7) que o Brasil vai buscar alternativas no comércio exterior, ao ser questionado sobre a promessa dos Estados Unidos de aumentar a taxação aos países que se alinharem ao Brics.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo (6) que os países que se alinharem às “políticas antiamericanas” do Brics pagarão uma tarifa adicional de 10%.
Atualmente com onze membros oficiais, o grupo Brics — o qual o Brasil preside e sedia desde domingo (6) o início da cúpula anual, no Rio de Janeiro — também conta com outras dez nações parceiras.
Confira a seguir a reação de alguns dos Estados que integram o Brics.
Rússia
O Kremlin declarou que o grupo do Brics nunca esteve trabalhando para prejudicar outros países.
Questionado sobre as falas de Trump, o porta-voz Dmitry Peskov disse que o Kremlin havia tomado nota delas.
“De fato, vimos essas declarações do presidente Trump, mas é muito importante observar aqui que a singularidade de um grupo como o Brics é que ele é um grupo de países que compartilham abordagens comuns e uma visão de mundo comum sobre como cooperar com base em seus próprios interesses”, afirmou Peskov.
“E essa cooperação dentro do Brics nunca foi e nunca será direcionada contra terceiros países”, completou.
China
A China se opõe ao uso de tarifas como uma ferramenta de coerção, disse o Ministério das Relações Exteriores.
O uso de tarifas não serve a ninguém, ressaltou à imprensa Mao Ning, porta-voz do ministério.
África do Sul
A África do Sul não é antiamericana e ainda quer negociar um acordo comercial com os Estados Unidos, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio do país.
A África do Sul vem tentando negociar um acordo comercial com o governo Trump desde maio, quando o líder americano recebeu o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, para conversas na Casa Branca.
“Ainda aguardamos uma comunicação formal dos EUA a respeito de nosso acordo comercial, mas nossas conversas continuam construtivas e frutíferas”, disse à Reuters o porta-voz do Ministério do Comércio da África do Sul, Kaamil Alli.
“Como já comunicamos anteriormente, não somos antiamericanos”, concluiu.
Malásia
A Malásia mantém uma política externa e econômica independente e está focada na facilitação do comércio, não no alinhamento ideológico, afirmou seu Ministério do Comércio.
A Malásia foi aceita como país parceiro (e não como membro efetivo) do grupo de nações em desenvolvimento do Brics em outubro passado.