Apesar dos novos dados de PIB (Produto Interno Bruto) indicarem uma desaceleração no crescimento econômico brasileiro, o resultado ainda é robusto e indica demanda interna resiliente. Esta é a avaliação do Banco Inter, divulgada em relatório nesta terça-feira (2).
Segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB brasileiro avançou 0,4% no 2º trimestre. O dado reflete uma perda de fôlego frente ao 1º tri, quando a economia avançou 1,4%.
O resultado veio acima do consenso do mercado, que previa expansão de 0,3%. Na comparação anual, o avanço foi de 2,2% — em linha com as expectativas de analistas.
A instituição reitera que o resfriamento da economia é parte importante do processo de queda da inflação.
“Esperamos que a política monetária mantenha o grau de aperto até se observar sinais mais claros de desaceleração, com expectativa de início dos cortes na Selic somente em dezembro”, escreve Rafaela Vitória, economista-chefe do banco.
Ela também avalia que qualquer impulso fiscal de reaceleramento do PIB colocaria em risco a convergência da inflação para a meta.
Em relação à melhora na taxa de poupança — que teve leve alta e alcançou 16,8% do PIB —, o Inter avalia que o movimento ainda é insuficiente para um equilíbrio do crescimento mais sustentável dos investimentos.
A Formação Bruta de Capital Fixo, que mede justamente esse indicador, retraiu 2,2% no período (resultado da alta dos juros, afirma a economista). Também atribui responsabilidade da queda às contas externas.
Na visão do banco, o dado mantém a economia dependente do financiamento externo e inibe o investimento privado no país.
Tudo isso posto, a expectativa para o final do ano é um PIB com aumento de 2%. “Esperamos a continuidade da desaceleração da demanda interna, tanto pelo lado do consumo como do investimento, em meio ao aperto monetário”, finaliza Vitória.