A articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nos últimos dias em defesa do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 foi decisiva para o desembarque da federação União Brasil/Progressistas do governo Lula e fortaleceu a aliança do bloco com o chefe do executivo paulista.
As conversas com caciques partidários e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ocorridas em paralelo ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) blindam Tarcísio e o centrão dos ataques de Eduardo Bolsonaro (PL), que resiste ao projeto presidencial do governador.
Tarcísio demonstrou empenho com a agenda bolsonarista sem precisar atacar o Supremo e pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Com a retaguarda do PL, União, PP, Republicanos, PSD (de Gilberto Kassab) e o aval de Bolsonaro, Tarcísio entra na disputa presidencial com uma máquina partidária francamente superior à que o presidente Lula pode estruturar.
No plano paulista, os movimentos do governador reforçam o projeto de aliados do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do MDB de lançá-lo como candidato ao Palácio dos Bandeirantes em 2026.
Fontes do entorno de Nunes dizem que ele recebeu o aval de Tarcísio porque seria o nome mais “competitivo”, especialmente no caso de Geraldo Alckmin (PSB) entrar em cena.
Se disputar o governo, Nunes garante o palanque a Tarcísio em São Paulo. Mas se o candidato do centrão for outro, o escolhido precisaria de apoio e suporte para se tornar conhecido.