A pesca esportiva tem se consolidado como uma atividade turística em crescimento no Tocantins. Entre as vantagens do Estado, estão a facilidade de acesso, especialmente na Capital, Palmas, e a possibilidade de percorrer várias regiões com temporadas em períodos distintos, influenciadas pelo clima, chuvas, coloração e temperatura da água. Esse fenômeno natural torna o Tocantins um destino diversificado para a prática do pesque e solte, atraindo cada vez mais adeptos.
Nos lagos formados pelas usinas hidrelétricas de Lajeado, que abrangem municípios como Palmas, Porto Nacional e Lajeado, e na UHE Peixe Angical, localizada no sul do estado, o período chuvoso, entre março e novembro, é considerado o melhor para a pesca esportiva. Nessa época, os lagos enchem e, com a escassez de estruturas de paliteiros – matas alagadas com árvores submersas –, os peixes se aproximam das margens.
Já na região de Babaçulândia, ao norte do Tocantins, ocorre o contrário: a pesca é favorecida pelos paliteiros, e a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito neste período do ano contribui para a prática do pesque e solte.
Outras regiões também possuem suas próprias temporadas. Na Ilha do Bananal, a pesca acontece de maio a novembro, sendo o tucunaré a espécie mais visada. No Rio Araguaia, na região de Caseara, a temporada começa em março, destacando-se a pesca de peixes de couro.
Tucunaré, o rei
O tucunaré, um dos peixes mais cobiçados pelos pescadores, sofre influência das mudanças ambientais. Em Palmas, entre junho e outubro, a água fria e transparente faz com que ele se refugie em águas mais profundas, entre 7 e 13 metros, dificultando a captura.
A partir de novembro, com a elevação do nível da água e o aumento da temperatura, os peixes se aproximam da superfície, facilitando a prática da pesca esportiva, como explica o condutor de pesca esportiva Jeová Lima, que também participa de competições oficiais.
Economia e preservação
Além de ser um esporte, a pesca esportiva movimenta a economia local. Segundo Jeová Lima, os pescadores não apenas contratam guias, mas também utilizam serviços como hospedagem, alimentação e transporte. “Imagina se tivéssemos uma média de 80 pescadores por dia dentro da Capital, como ocorre em outras cidades. Isso geraria um impacto econômico significativo”, afirma.
Jeová também destaca a importância da preservação ambiental e do turismo sustentável. “Eu era um pescador que matava tudo até entender que a pesca esportiva é um esporte e uma fonte de renda; o peixe vivo vale milhões de vezes mais que o peixe morto”, ressalta, enfatizando a conversão de muitos pescadores predatórios, incluindo ele próprio, para o turismo esportivo.
Incentivo público
A Secretaria de Estado do Turismo – Setur tem investido no desenvolvimento da pesca esportiva no Tocantins. Somente no ano passado, 199 condutores de pesca foram capacitados pelo programa “Tocantins Recebe Bem”, nos municípios de Araguacema, Babaçulândia, Caseara, Dianópolis, Lagoa da Confusão, Lajeado, Peixe, Porto Nacional e São Sebastião.
Além disso, a Setur participa ativamente na promoção nacional e internacional dos atrativos turísticos do Estado. Nesta semana, entre os dias 20 e 22, o Tocantins estará presente na 17ª edição da Pesca & Companhia Trade Show, no Distrito Anhembi Centro de Eventos, em São Paulo. O evento reunirá expositores especializados, como agências de viagem, operadoras de turismo, meios de hospedagem voltados para a pesca esportiva, condutores e organizadores de eventos do setor.
“Com investimentos contínuos e um cenário natural privilegiado, o Tocantins segue fortalecendo sua posição como um dos principais destinos para a pesca esportiva no Brasil”, comemora o secretário de Turismo Hercy Filho, ao ressaltar o apoio do governador Wanderlei Barbosa na realização das qualificações e na participação em eventos como a Pesca & Companhia.