A médica reforça que “doenças infectocontagiosas adquiridas durante a gestação podem afetar a formação das estruturas oculares ou causar processos inflamatórios que podem provocar a perda da visão do bebê”. Ela diz quais são as enfermidades de maior risco para a saúde ocular do feto:
- Sífilis: infecção causada por uma bactéria, adquirida pelo sexo sem proteção
- Toxoplasmose: causada por um protozoário, é transmitida por alimentos e água contaminados ou fezes de animais
- Rubéola: doença viral aguda altamente contagiosa, transmitida por meio de gotículas expelidas pelo paciente, causa febre e erupção cutânea, entre outros sintomas
- Zika Vírus: transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, provoca o desenvolvimento anormal do cérebro do bebê, além de poder afetar a visão
- HIV: pode ser adquirido por relações sexuais desprotegidas, sangue contaminado, compartilhamento de seringa contaminada ou passar da mãe para o bebê na gravidez, parto ou amamentação
- Citomegalovírus: infecção causada por vírus da mesma família do herpes, transmitida pelo contato com fluídos corporais
“É essencial a mulher fazer o acompanhamento pré-natal durante toda a gestação e desta forma, receber as orientações sobre os cuidados que deverão ser adotados para que o feto se desenvolva de forma saudável e possa formar as estruturas da visão”, afirma a oftalmologista.
O acompanhamento gestacional também ajuda a prevenir a Retinopatia da Prematuridade (ROP), doença relacionada ao parto prematuro, que ocorre quando os vasos sanguíneos da retina, a parte do olho responsável pela visão, não se desenvolvem normalmente. Em casos mais graves, pode evoluir para descolamento de retina e cegueira.
Outra medida importante para a prevenção das doenças que podem provocar cegueira é o Teste do Olhinho, realizado na maternidade assim que o bebê nasce. O exame é feito com a ajuda de um aparelho chamado oftalmoscópio, que emite um feixe de luz vermelho nos olhos do recém-nascido, após a dilatação da pupila
“O Teste do Olhinho possibilita detectar precocemente doenças como a catarata congênita, o glaucoma congênito e o retinoblastoma, um tipo de câncer mais comum na infância, entre outras possíveis alterações nas estruturas oculares. O objetivo é agilizar o diagnóstico, pois quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores serão as chances de sucesso”, explica Márcia.
De acordo ela, os pais também devem ficar atentos aos sintomas que podem indicar doenças oculares:
- reflexo vermelho do olho durante fotos com flash
- pupila que não diminui ao estímulo da luz ou que não possui a cor preta
- tremores dos olhos
- superfície ocular com aspecto azulado e alteração do brilho
- alteração do tamanho dos olhos
A médica esclarece que a prevenção das doenças que podem causar cegueira deve ser mantida ao longo da vida, com checapes oftalmológicos regulares. “No período da infância, a recomendação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica é realizar a primeira consulta até os seis meses de vida e a segunda quando o bebê completar um ano. Depois disso, as visitas ao oftalmologista deverão ser anuais, até a criança completar oito anos”, oreinta.