O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca no Pará nesta quinta-feira (2/10) para agendas que culminarão na saída do ministro do Turismo, Celso Sabino. Ainda não há substituto definido para o paraense, mas sua demissão acendeu o alerta na Esplanada sobre mais trocas que podem ocorrer antes mesmo de abril do ano que vem, prazo limite para candidatos deixarem seus cargos públicos.
Uma troca esperada para as próximas semanas é a da Secretaria-Geral da Presidência, hoje ocupada por Márcio Macêdo. Fontes palacianas apontam que o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) já foi convidado para comandar a pasta, responsável pelo contato entre o Planalto e os movimentos sociais. Mas o governo ainda avalia onde colocar o atual ministro.
Diante das duas trocas aguardadas ainda em outubro, foi ventilada a possibilidade de Lula adiantar mais mudanças. A ideia seria antecipar a saída dos ministros que precisarão se afastar dos cargos para concorrer. Mas tal possibilidade deixaria nomes alinhados ao Planalto quase um ano “na chuva”, isto é, sem cargo com apelo eleitoral antes do pleito do ano que vem.
O temor é que, no afã de resolver logo o quebra-cabeças da Esplanada para a eleição, o governo acabe sacrificando quem tem mais chances de ser eleito graças à vitrine dos ministérios. Alguns dos ministros, inclusive, são cotados para disputar vagas para o Senado, onde o bolsonarismo concentrará esforços para obter maioria e, assim, afastar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e impor derrotas ao presidente Lula, caso o petista seja reeleito.Play Video
Auxiliares do presidente dizem que Lula não tem tocado no assunto de uma reforma ministerial ampla até o momento, mas indicam que o governo tem buscado alternativas para Sabino e Macêdo. No caso do primeiro, estuda-se uma troca pelo presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Seria uma forma de agradar o PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin. Já o ministro da Secretaria-Geral pode ter como destino a diretoria de algum órgão, mas ainda procura-se qual.
Sabino e Fufuca
Sabino deixa o Ministério do Turismo a contragosto, por ordem do seu partido, o União Brasil. A sigla rompeu relações com o governo Lula após se federar com o PP, visando apoiar uma candidatura de direita em 2026. Ele deve deixar o cargo após a viagem ao Pará, mas mantém o objetivo de concorrer ao Senado em 2026 com apoio do petista.
O PP também ordenou que o ministro do Esporte, André Fufuca, abandone o governo federal. Mas o deputado licenciado pelo Maranhão, que também quer concorrer ao Senado numa chapa apoiada por Lula, não demonstrou que pedirá para deixar a Esplanada.