O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (24/9) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisa de conselhos de diplomacia de ninguém, tendo em vista que “é um líder mundial respeitado” em todo o mundo.
A declaração se deu durante uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em resposta ao deputado Evair de Melo (PP/ES), da bancada do agronegócio, que havia perguntado se Lula ia ficar nos Estados Unidos para se encontrar com o presidente norte-americano, Donald Trump.
“O Lula não está precisando de lição de diplomacia de ninguém, porque se aconteceu uma coisa ontem que o senhor deveria se envergonhar em relação ao governo anterior é a abertura que Lula tem no mundo inteiro. Eu não vi o seu presidente [Jair Bolsonaro] cumprimentar nenhum chefe de Estado, a não ser para falar de forma vergonhosa para dizer “I love You”.O Lula anda de cabeça erguida, ele sabe se fazer respeitar”, declarou Haddad.
Bate boca entre autoridades
Em resposta ao deputado Evair, que questionou a taxa de desemprego no país, Haddad avaliou que o ministério da Fazenda trabalha com dados oficiais e que caberia ao parlamentar questionar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, se achasse necessário.
“Aquela coisa do negacionismo que atrapalha muito, a terra é redonda, a terra é plana. Aquela coisa que vocês fazem e que atrapalha o debate”, disse.
De acordo com ele, o governo Lula herdou grandes “calotes” deixados pelo governo anterior, como é o caso do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e dos precatórios. Haddad disse ainda que o governo anterior aprovou uma legislação para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) sem fonte de financiamento, o que deve custar R$ 40 bilhões aos cofres públicos.
O ministro também avaliou que o governo Bolsonaro tirou R$ 80 bilhões do orçamento da Saúde e desorganizou todos os programas sociais.
Questionado sobre o Bolsa Família, que foi utilizado pelo deputado para contestar os dados sobre desemprego, o ministro afirmou que houve uma mudança na estruturação do programa, que permite que pessoas empregadas façam uso do benefício, a depender da renda.
“É obrigação sua saber o que uma lei aprovada no Congresso Nacional diz, mas o senhor desconhece as regras do Bolsa Família. […] isso está tão distante do seu universo conceitual”, disse.