A Justiça determinou que o criminoso conhecido como Tuta, apontado como líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) e sucessor de Marcola na facção, seja transferido para uma unidade prisional de segurança máxima de São Paulo. A decisão é do dia 31 de julho.
Marcos Roberto de Almeida foi preso em maio na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Após a prisão realizada pela PF (Polícia Federal), ele foi para o presidio federal de Brasília há quase três meses.
A expectativa para que Tuta fosse transferido para São Paulo ocorre há semanas. Tanto a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) quanto o Ministério Público se mostraram favoráveis à transferência do “chefão do PCC”.
Segundo o TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), agora, está à escolha da SAP para qual unidade prisional de segurança máxima paulista Tuta irá.
Entenda a prisão de Tuta
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na Bolívia no dia 16 de maio.
A prisão ocorreu quando ele tentou renovar sua licença para permanecer no país utilizando um documento falso. A polícia boliviana constatou a fraude e acionou os órgãos brasileiros e a Interpol.
A Interpol identificou que Tuta era alguém com alerta vermelho, referência para localização e prisão de indivíduos procurados em diversos países. A Polícia Federal brasileira foi acionada pela Interpol para checar suas bases de dados e confirmar a identidade com precisão para a polícia boliviana.
O uso da base biométrica pela PF permitiu que a polícia boliviana de combate ao narcotráfico confirmasse tecnicamente a identidade de quem se tratava, possibilitando a detenção por uso de documentos falsos.
A prisão foi resultado de uma ação coordenada entre a Polícia Federal brasileira e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia.
Histórico criminal e função no PCC
Marcos Roberto de Almeida estava foragido desde 2021. Ele foi condenado no Brasil a mais de 12 anos por diversos crimes, incluindo associação criminosa e lavagem de capitais.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontou Tuta como responsável por movimentar cerca de R$ 1 bilhão para a organização criminosa entre os anos de 2018 e 2019. Ele também é indicado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado ao PCC.
Segundo o MP-SP, Tuta sucedeu Marcola como principal liderança e mandatário do PCC. Ele era apontado como a principal liderança da facção fora das cadeias e mantinha contato direto com outros líderes presos, incluindo Marcola. Na operação Sharks, em 2020, o MP indicou que ele era responsável por comandar os integrantes soltos da organização criminosa.
A investigação apontou ainda que Tuta era suspeito de ser responsável pelos planos de fuga das lideranças do PCC reclusas em presídios federais, e de liderar os planos para assassinar agentes e autoridades públicas em represália às transferências e ações contra a cúpula da organização.
Tuta e Marcola na mesma prisão
Tuta e apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi encaminhado no dia 18 de maio para a Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA).
Na mesma penitenciária, está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, de 57 anos. O “Chefão” do Primeiro Comando da Capital (PCC), cumpre penas de mais de 300 anos de prisão.