O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, montou uma barraca em frente ao Supremo Tribunal Federal na tarde desta sexta-feira (25). Com uma fita branca na boca, o parlamentar afirmou que o ato representa um protesto contra decisões recentes do Supremo.
Em carta aberta, Hélio afirmou que “se hoje podem calar um ex-presidente, calar um parlamentar, amanhã poderão calar qualquer cidadão” e que, por isso, escolheu entrar em jejum de palavras em apoio a Bolsonaro.
O parlamentar cita a Constituição para justificar a mobilização e esclarece estar se manifestando contra uma “suprema humilhação”, ao referir-se às medidas cautelares aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente no último mês.
Na tarde desta sexta-feira (25), o também deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) visitou Lopes e informou que também se juntaria ao protesto. “Hélio protesta aqui sem balbúrdia, lendo a Bíblia com a Constituição na mão, e nesse momento, vendo esse movimento dele, quero declarar que eu também me instalarei”, disse.
Chrisóstomo disse que o protesto é pacífico e tem objetivo de “mostrar a insatisfação” a respeito das ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “É nosso líder, sem ele a gente fica menor. Não queremos prejudicá-lo, queremos ser livres para poder falar aos brasileiros”.
Hélio, que foi candidato em 2018 como Hélio Bolsonaro, usou ainda uma frase do ativista político Martin Luther King em seu pronunciamento: “Injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”.
A Polícia Militar do Distrito Federal monitora a situação. Apoiadores do ex-presidente também compareceram ao local e chegaram a realizar um culto religioso no início da noite desta sexta-feira.
O ex-presidente foi informado da manifestação e, na saída da sede do Partido Liberal, no fim da tarde desta sexta-feira (25), sinalizou que gostaria de prestigiar a ação.
“Tô passando por ali agora. Gostaria (de visitar) mas… acho que politiza o negócio, então evito. Evito”, disse o ex-presidente na saída da sede do Partido Liberal.
Medidas cautelares
No dia 18 de julho, Bolsonaro recebeu um mandado de busca e apreensão expedido pela Polícia Federal. A corporação apreendeu um pen drive, um celular e US$ 14 mil em espécie em sua residência.
Desde então, ele deve utilizar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento noturno, das 19h às 7h. Além disso, está proibido de utilizar redes sociais, ainda que por meio de terceiros, e de manter contato com o filho Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos.