Os contratos de cacau, nas três posições futuras, sofrem ajustes técnicos e sobem na abertura da bolsa de Nova York nesta sexta-feira (18/7). Os de primeira posição, com prazo para setembro são os mais negociados e sobem 2,85%, para US$ 7.517 por tonelada.
Ontem, as cotações do cacau recuaram para abaixo de US$ 7.400 por tonelada, atingindo o menor patamar desde novembro de 2024, em meio a crescentes preocupações com a demanda global. De acordo com a consultoria americana Trading Economics, embora a produção mundial da safra 2024/25 deva se recuperar 7,8%, o consumo segue pressionado.
Na Europa, principal polo global de processamento de cacau, os volumes de moagem caíram 7,2% no segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, desempenho pior do que o esperado. A queda é atribuída à disparada nos preços do cacau, a persistentes problemas nas cadeias de suprimento e à mudança nos hábitos dos consumidores.
Na Ásia, os volumes de moagem tiveram retração ainda mais acentuada, com queda de 16,3% na comparação anual. Segundo a Trading Economics, os custos elevados de matérias-primas e de energia têm levado indústrias processadoras a reduzir suas operações. Agora, o mercado aguarda os dados de moagem do segundo trimestre nos Estados Unidos.
As cotações do cacau também vêm perdendo força diante de relatos de clima favorável nas principais regiões produtoras, como Costa do Marfim e Gana, embora as condições sigam menos favoráveis na Nigéria e em Camarões.
Café
No mercado do café arábica, as cotações dos papéis de setembro caem 0,13%, a US$ 3,0680 por libra-peso. Segundo a consultoria americana, a mudança de humor no mercado reflete o avanço da colheita brasileira da safra 2025, que já ultrapassa 73% da área, de acordo com dados da StoneX. A maior oferta começa a aliviar a escassez sentida anteriormente, embora os estoques globais ainda estejam abaixo da média e longe de níveis confortáveis.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, importadores correm para antecipar compras de café brasileiro antes da entrada em vigor de uma tarifa de 50% prevista para 1º de agosto, proposta pela gestão Trump. O Brasil, maior exportador mundial da commodity, seria fortemente impactado. Em resposta, a Associação Nacional do Café dos EUA (NCA) iniciou negociações com autoridades americanas para tentar classificar o café brasileiro como produto estratégico e excluí-lo da lista de tarifas.
Algodão
Os contratos do algodão com prazo para outubro sobem 0,28% na abertura da bolsa americana, precificados a 67,44 centavos de dólar por libra-peso. O relatório de julho do USDA elevou em 600 mil fardos a estimativa de produção dos Estados Unidos para a safra 2025/26, agora prevista em 14,6 milhões de fardos, graças à maior área colhida e ao índice de abandono menor do que o esperado em regiões-chave como o Sudoeste.
Apesar da leve queda na produtividade média, a expansão da área plantada compensa o resultado, ampliando os estoques finais em 300 mil fardos e levando a relação estoque/uso dos EUA a 32,4%, destaca o boletim da Trading Economics.
No Brasil, chuvas fora de época têm atrasado a colheita, mas os compradores vêm pressionando os preços para baixo diante de preocupações com a qualidade da fibra e da queda nas referências externas de exportação.
Açúcar
Os lotes de açúcar demerara para outubro, os mais negociados, sobem 1,14% nesta manhã e operam a 16,94 centavos de dólar por libra-peso.