Os contratos futuros de milho registraram uma leve recuperação na Bolsa de Chicago após as quedas recentes, configurando um ajuste no mercado. O milho com entrega em setembro fechou em alta de 0,31%, chegando a US$ 3,9925 por bushel.
Segundo analistas, contudo, a pressão para o mercado de grãos é sobretudo baixista, refletindo previsões climáticas mais amenas para os Estados Unidos e a ausência de novos desenvolvimentos nas negociações comerciais entre EUA e países importadores, como a China.
No que diz respeito às condições climáticas, Eduardo Vanin, do Agrinvest, destaca que o desenvolvimento das lavouras de grãos nos EUA está favorável, especialmente para o milho, cuja qualidade em estado “excelente” subiu para 73%, aumento de 1 ponto percentual. Vanin aponta a possibilidade de revisão para cima das projeções oficiais de safra de milho nos Estados Unidos pelo Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês).
“Para o milho nos EUA o crítico é a partir de agora, onde a maioria das lavouras estará entrando nas fases de pendoamento, e os mapas mostram clima ameno, não terá temperaturas muito acima do normal, e o nível de chuvas será constante. Parece que estamos diante de um clima ideal. Muito milho vindo dos Estados Unidos e muito milho no Brasil. Temos o clima melhor para a Ucrânia e a Argentina tem que acelerar na venda de milho porque está atrasada. Produtores venderam muita soja e deixaram o milho para depois”, afirmou Vanin.
De acordo com Jack Scoville, da Price Futures Group, apesar da persistência de seca severa no centro de Nebraska e seca moderada na região de Chicago, a área afetada está diminuindo. O restante do Meio-Oeste tem registrado precipitações dentro ou acima da média. Ele acrescenta que a demanda global por milho permanece forte, embora tenha apresentado sinais de enfraquecimento nas últimas semanas.
O trigo para setembro oscilou durante o mercado, encerrando em leve queda de 0,14%, cotado a US$ 5,4700 por bushel. Segundo Scoville, as quedas se devem às boas condições de cultivo e à melhora do clima nas principais regiões produtoras, como as áreas de trigo duro vermelho e trigo de primavera. Ainda assim, as incertezas sobre a produção na Ucrânia e na Rússia continuam sendo monitoradas pelo mercado.
Por sua vez, a soja para agosto apresentou queda de 1,2%, cotada a US$ 10,0900 por bushel. A redução foi atribuída à pressão exercida pelos preços brasileiros no mercado internacional e pela forte demanda chinesa pela soja sul-americana, o que diminui o volume exportado pelos Estados Unidos.