Escolher um bom vinho pode parecer um desafio com tantas opções nas prateleiras. Entre os pontos a considerar estão o preço, o rótulo, a uva, a ocasião e o paladar. Conheça algumas dicas que podem ajudar na hora da compra.
De acordo com Ricardo José Chesini, enólogo e sócio-proprietário da Adega Chesini, experimentar vinhos diferentes e trocar experiências ajuda a desenvolver o paladar. Cada pessoa descobre suas preferências, torna a apreciação mais prazerosa e a escolha mais fácil e personalizada.
Vinho para cada ocasião
Um bom começo para escolher é pensar no momento de servir o vinho. “É importante considerar a ocasião. No inverno, os tintos mais encorpados harmonizam melhor com o clima frio. No verão, a dica é preferir opções mais leves e frescas, como brancos ou espumantes bem gelados”, explica Chesini.
Não é apenas um detalhe: pesquisas sobre consumo indicam que a qualidade percebida no vinho está ligada tanto às características quanto à forma como ele se encaixa na ocasião em que será bebido.
Leia o rótulo: uva, região e safra
Ler o rótulo é importante na hora de escolher. É onde estão as informações sobre a origem, a variedade, origem, se o vinho é feito com um tipo de uva (monovarietal) ou uma mistura (multivarietal), se pertence a alguma Indicação Geográfica.
“Vale observar a variedade da uva. Merlot é muito versátil e costuma agradar a mais paladares. Cabernet Sauvignon é mais intenso, mais encorpado. Entre os brancos, Chardonnay e Moscato são opções fáceis de se gostar”, explica Chesini.
A procedência também importa. Segundo o enólogo, os selos de Indicação de Procedência ou Denominação de Origem ajudam a garantir mais segurança na escolha. “São sinais de que houve cuidado e padrão na produção.”
Atenção à safra
Outro ponto importante é a safra, o ano da colheita da uva. Para vinhos brancos, quanto mais recente, melhor, pois eles preservam frescor e notas frutadas. Já os tintos costumam precisar de um período de maturação, mas nas prateleiras de supermercado geralmente se encontram rótulos prontos para consumo, com até cerca de quatro anos de safra.
Chesini também alerta para um erro comum na hora da compra: escolher o vinho para guardar, esperando uma ocasião especial. Se ele foi elaborado para ser consumido jovem, armazená-lo por muito tempo pode fazer com que perca aroma e sabor.
Medalhas e prêmios
Uma dúvida frequente ao comprar vinho é se medalhas e prêmios no rótulo realmente significam algo. Segundo o especialista, medalhas são um bom indicativo de qualidade, principalmente quando o concurso é reconhecido pela OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho). Esses eventos têm degustação às cegas e avaliação técnica.
Tampa de rosca ou rolha?
Muitos consumidores ainda acreditam que vinho bom tem que ter rolha. Será? “A tampa de rosca não significa vinho ruim. Ela é feita para vinhos jovens, porque veda completamente a entrada de oxigênio e conserva frescor. Já a rolha de cortiça permite uma micro-oxigenação, ideal para vinhos que precisam amadurecer com o tempo”, diz Chesini.
Preço
Um vinho mais caro é, necessariamente, melhor? O preço elevado pode indicar qualidade, mas não a garante. Muitas vezes, valores muito altos estão relacionados à força da marca, à história ou à exclusividade do rótulo, e não apenas ao conteúdo da garrafa. Há ótimas opções em faixas de preço mais acessíveis para os diversos públicos.