A direita avalia que o ato deste domingo (29), na avenida Paulista, atraiu um público menor por ter focado, segundo relatos feitos à CNN, na anistia aos condenados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023.
O tema, sobretudo às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado no país, é considerado estratégico para os partidos de direita, mas a avaliação é de que é necessário ampliar a temática para atrair mais público.
Por isso, para a manifestação de 7 de setembro, data em que é celebrada a Independência do Brasil, a defesa é para que o ato adote um slogan mais amplo, que envolva críticas mais diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O direcionamento já foi, inclusive, debatido entre parlamentares bolsonarista.
O temor manifestado no próprio domingo (29) por congressistas de direita é de que a próxima manifestação, se focada em críticas restritas ao STF (Supremo Tribunal Federal), atraia público ainda menor.
A avaliação é que críticas à Suprema Corte podem ser prejudiciais para a própria defesa de Bolsonaro, já que a expectativa é de que o julgamento do núcleo crucial ocorra a partir de setembro.
Mobilização do ato
Segundo cálculos divulgados pelo Poder360, a manifestação de domingo (29) atraiu 16,4 mil pessoas. Já de acordo com pesquisa da USP (Universidade de São Paulo), a mobilização reuniu 12,4 mil. Os números são pouco mais de um terço das projeções do protesto de abril.
A avaliação é de que o discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), focado nos problemas da gestão petista, é um exemplo para as próximas manifestações. O diagnóstico é de que críticas focadas na alta inflação e na insegurança pública tendem a atrair público maior.
Além disso, o slogan “Make Brazil Great Again”, citado por Bolsonaro no carro de som, em referência a Donald Trump, foi avaliado como uma possibilidade para o ato de setembro, já que evoca a ideia de retorno da direita ao poder, a exemplo do que ocorreu com a volta do republicano ao comando da Casa Branca, nos Estados Unidos.