O depoimento do ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, nesta quarta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal (STF), tem causado apreensão entre os envolvidos nas investigações relacionadas ao plano de golpe de Estado.
Para réus e advogados, o ex-chefe da Aeronáutica deverá ser mais duro que o ex-comandante do Exército general Marco Antonio Freire Gomes, que prestou esclarecimentos à Primeira Turma do STF na última segunda-feira (19).
Na avaliação feita à CNN, Baptista Júnior é mais imprevisível e tende a ser mais direto sobre os fatos.
Uma das maiores expectativas é se o ex-comandante da FAB confirmará o depoimento à Polícia Federal em que disse que ouviu Freire Gomes a dar ordem de prisão para Jair Bolsonaro (PL) se ele insistisse em uma trama golpista.
Essa versão foi negada pelo ex-comandante do Exército na última segunda. O general disse ter alertado o então presidente sobre os riscos jurídicos de seguir com a empreitada.
Em sem depoimento, Freire Gomes adotou um tom mais ameno e evitou falar em golpe. Admitiu, porém, ter sido chamado pelo ex-presidente Bolsonaro para discutir um documento, a qual ele se referiu como “estudo”. O general disse ainda que os “institutos jurídicos” permitiram uma “ruptura antidemocrática”.
Durante a audiência, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, advertiu ao militar por “falsear a verdade” e avisou sobre possíveis contradições no testemunho.