O governo Lula adotou extrema cautela nas horas que se seguiram ao anúncio da Casa Branca em taxar em 25% o aço e o alumínio do Brasil. As tarifas entraram em vigor nesta quarta-feira (12).
Fontes do Palácio do Planalto, do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com as quais a CNN conversou evitaram fazer qualquer aposta sobre qual será o caminho a ser adotado pelo Brasil como reação.
No entanto, há em comum entre eles a percepção de que a resposta deve ser avaliada friamente, com calma e cautela e que é preciso manter o diálogo aberto com os americanos acima de tudo.
No Itamaraty, por exemplo, a leitura de diplomatas é de que os Estados Unidos mantiveram o prazo de entrada em vigor da tarifa no dia 12 de março e não abriram nenhuma exceção a qualquer país.
Além disso, foi ressaltado à CNN que há um diálogo com os norte-americanos em andamento e que nesta quarta-feira o quadro mais amplo será avaliado.
No Planalto, a avaliação foi de que não haverá uma reação “emocional”, que a estratégia de manter uma linha de negociação com a Casa Branca será mantida e que o Brasil não deve se mostrar intransigente no diálogo com os americanos.
A percepção é de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem feito anúncios impactantes na mesma medida em que tem recuado deles e os colocado na mesa de negociação com os países-alvo.
Logo, o caminho da negociação deve ser mantido.
Isso não significa que a depender da evolução das tratativas o Brasil adote a reciprocidade ou uma medida mais agressiva como a entrada na Organização Mundial do Comércio.
Há o entendimento, contudo, que ainda há etapas a queimar até se chegar a essas ações e que a rigor no curto prazo elas mais agravariam o quadro para o Brasil do que ajudariam.