Durante o Carnaval, é comum cobrir a pele com glitter, pedrinhas e outros acessórios que conferem brilho e glamour ao look. No entanto, esses adereços, junto com a exposição solar — principalmente nos blocos de rua –, o consumo abundante de álcool e o suor excessivo, podem trazer danos à pele e, até mesmo, piorar quadros de dermatite.
Quem faz esse alerta é dermatologista Anderson Costa, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Nós temos vários tipos de dermatite. Tem a dermatite atópica, que possui um fator genético e imunológico; e a dermatite de contato, que acontece quando a pele entra em contato com alguma substância e sofre irritação”, explica, em entrevista à CNN.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de eczema (termo técnico para inflamação na pele). Trata-se de uma doença genética e crônica em que a coceira e a pele seca são os principais sintomas, principalmente na região das dobras do corpo, como cotovelos, parte de trás do joelho e pescoço.
Já a dermatite de contato é uma reação inflamatória decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Segundo a SBD, entre as substâncias que podem causar essa inflamação estão plantas, metais, medicamentos, cosméticos, roupas e tecidos sintéticos, adesivos e tintas.
“No Carnaval, a pessoa pode ter dermatite de contato por algum acessório ou tecido da fantasia, além do próprio glitter e outros elementos com brilho que ela utiliza na pele, principalmente para fixar esses adereços”, explica Costa. “Além disso, quem tem dermatite atópica já possui uma alteração na barreira cutânea. Com isso, como a pele é mais ressecada, ela possui maior sensibilidade a outras substâncias e, dependendo do que entrar em contato naquela pele já sensibilizada, pode piorar a irritação”, acrescenta.Play Video
Cuidados com a pele durante o Carnaval
O tratamento das dermatites visam controlar a coceira, reduzir a inflamação da pele e prevenir recorrências. Entre as opções disponíveis, estão a hidratação da pele com produtos específicos para peles sensíveis, anti-histamínicos para controlar a coceira e uso de pomadas de cortisona.
Porém, os cuidados com a pele durante o Carnaval devem se estender a todas as pessoas — e não somente aquelas que possuem diagnóstico de algum tipo de dermatite. A seguir, veja as principais dicas elencadas por Costa.
Hidratação
“É superimportante hidratar a pele, de preferência com hidratante dermatológico, que é aquele sem cheiro e sem cor”, orienta Costa. De preferência, o hidratante deve ser aplicado duas vezes ao dia, principalmente após o banho.
Além disso, a hidratação deve ocorrer de dentro para fora também. Isso significa que manter a ingestão de água adequada ao longo dia, principalmente se for pular Carnaval em ambientes externos e com exposição ao sol, também ajuda a manter a pele saudável.
Banho
O cuidado com o banho é outro ponto importante para proteger a pele. “Quem possui a pele sensível, deve tomar um banho rápido em temperatura morna a fria, e, de preferência, apenas uma vez no dia”, explica o especialista.
“Outro ponto é o sabonete. Não é indicado utilizar aqueles sabonetes famosos que prometem matar um monte de bactérias, pois eles agridem a pele. Tem que ser um sabonete suave e adequado para quem tem pele sensível”, completa.
Usar protetor solar
O uso do protetor solar é imprescindível, principalmente para quem vai curtir blocos de rua. Vale lembrar, inclusive, de que o filtro deve ser reaplicado a cada duas horas para evitar queimaduras, manchas e o envelhecimento precoce da pele.
“Hoje em dia, não há mais desculpa para não utilizar protetor solar, porque tem para todos os gostos. Existe protetor mais pesado que hidrata, protetor mais leve e que não deixa resíduo… E existem, até mesmo, protetores com glitter, que é superinteressante para o Carnaval”, afirma Costa.
Usar glitter e tintas apropriados para a pele
Por falar em glitter, se você optar por produzir um look com brilho, pedrinhas e tintas, é importante utilizar produtos que sejam dermatologicamente testados e adequados para o uso na pele. “Evite comprar glitter em papelarias, pois esse tipo de produto não é adequado para a pele”, alerta o dermatologista.
Outra dica importante é utilizar produtos biodegradáveis, que também não poluem o meio ambiente.
