Testemunhas flagraram o momento em que agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) utilizaram balas de borracha para dispersar moradores que ficaram desabrigados após enchentes na zona leste de São Paulo.
O caso ocorreu na última quarta-feira (5) no Jardim Helena –bairro que fica próximo ao Jardim Pantanal, área historicamente afetada por alagamentos na cidade.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, houve uma tentativa de invasão da Emef Mururés por moradores da região e os agentes teriam sido alvo dos manifestantes, o que, segundo a administração municipal, motivou a ação dos guardas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, esse foi o único episódio em que houve necessidade de intervenção da Guarda desde o início do atendimento da prefeitura à população no Jardim Pantanal, situado no distrito Jardim Helena.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que, desde sábado (1º), 1.264 cartões emergenciais foram entregues às pessoas que tiveram casas alagadas pelas chuvas no Jardim Pantanal. Além disso, também analisa 3.527 cadastros para saber se as pessoas estão ou não aptas a receber o cartão distribuído pela Secretaria de Habitação.
Ainda em comunicado, disse também que “em razão da presença de pessoas de bairros não atingidos e de diferentes pessoas que residem numa mesma casa, decidiu que não fará novos cadastros nos pontos de atendimento”.
A gestão afirmou ainda que a Defesa Civil realiza busca ativa nas ruas atingidas para o cadastro de novas famílias.
Enchentes no Jardim Pantanal
Após as fortes chuvas que castigaram a cidade de São Paulo nos últimos dias, o Jardim Pantanal ficou com as ruas cobertas de água. O bairro sofre há anos com enchentes e cheias por conta das chuvas.
“As mudanças climáticas e a urbanização acelerada prejudicaram a região, levando, além das inundações, outras questões, como a contaminação do sistema de distribuição da Sabesp e a perda de capacidade de transporte do Rio Tietê, que já tem um fluxo lento naturalmente”, afirma Pedro Côrtes, analista de Meio Ambiente e Clima da CNN.
A Prefeitura de São Paulo estuda alternativas que solucionem alagamentos que impactam a vida dos moradores na região. Com custo estimado de R$ 1,9 bilhão, uma das possibilidades teria o foco em remoções e desapropriações no Jardim Pantanal, reassentamentos, construção de novos conjuntos habitacionais e na criação de um parque alagável.